Protagonismo feminino marca trajetória da OVG

Há 35 anos, Aparecida Maria de Jesus, a Cidinha, é a colaboradora mais antiga da instituição na ativa. Ela conta orgulhosa que teve sua carteira de trabalho assinada no dia 1º de março de 1986 (Foto: OVG)

Desde sua fundação, em 30 de outubro de 1947, a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) se destaca como uma instituição ligada ao protagonismo feminino. Nascida da iniciativa de um grupo de mulheres vinculadas à Igreja Católica, comandado por Ambrosina Coimbra Bueno, então primeira-dama do Estado, a entidade sempre valorizou a figura da mulher em sua totalidade. Mais que empregar e assistir mulheres vulneráveis, a OVG sempre apostou na profissionalização e qualificação da mulher como ferramenta de empoderamento e independência.

 Atuando na Organização há 35 anos, Aparecida Maria de Jesus, a Cidinha, é a colaboradora mais antiga da instituição ainda na ativa. Ela conta orgulhosa que teve sua carteira de trabalho assinada no dia 1º de março de 1986 e que tudo que constituiu foi graças a essa oportunidade. “Para mim é uma surpresa saber que eu sou a mulher que trabalha na OVG há mais tempo, mas também é um orgulho enorme. Eu agradeço a Deus por ter entrado nessa Organização. Foi aqui que tive e tenho a oportunidade de contribuir com tantos projetos bonitos. Atuando na OVG eu me tornei independente, consegui minha casa, o estudo dos meus filhos… Eu posso dizer que hoje sou essa mulher forte graças ao meu trabalho e meu empenho”, relata a auxiliar em saúde bucal.

   Quem também faz parte da história da OVG é a artesã Diva Oliveira, a famosa Divoca. Ela faz parte da Organização desde o dia 11 de junho de 1986 e faz questão de falar sobre o empoderamento feminino. “Há tantos anos, quando eu entrei na OVG, as mulheres não eram vistas como hoje em dia. Muita gente não respeitava, achava que deveríamos ficar em casa, que mulher não deveria trabalhar fora. Tinham muitas empresas que só contratavam homens, isso era muito comum. Mas a OVG era diferente, sempre deu oportunidade para que nós pudéssemos trabalhar e conquistar a independência que sonhávamos. E essa relação com a OVG nunca foi só sobre emprego, aqui todas nós somos incentivadas e apoiadas a estudar, evoluir na carreira e ir sempre além. Isso fez muito a diferença na minha vida e faz toda a diferença na vida de tantas meninas e mulheres que são acolhidas até hoje. Tudo isso pra mim é motivo de um orgulho e admiração gigantescos”, comenta a artesã.

   Hoje, com 70% do quadro de colaboradores formado por mulheres, o público feminino representa também a maioria das pessoas atendidas pelos programas sociais da OVG. Atualmente, das seis mil bolsas de estudos ativas do Programa Universitário do Bem (ProBem), quatro mil são destinadas a mulheres, o que representa 71% dos beneficiários do programa. Essa taxa contribui para o acesso da população feminina à universidade e, consequentemente, para sua entrada no mercado de trabalho, autonomia financeira e melhoria da qualidade de vida.

  O ProBem é destinado a estudantes matriculados em Instituições de Ensino Superior (IES) privadas e possui caráter socioassistencial que visa a promoção do protagonismo e maior autonomia dos beneficiários, por meio da concessão de bolsas de estudos para o ensino superior, mediação e integração ao mundo do trabalho e fomento à participação cidadã aos jovens em situação de vulnerabilidade social.

   Outra ação que beneficia mulheres realizada pela Organização é o Programa Meninas de Luz, que atende adolescentes grávidas de baixa renda. Esse atendimento se estende até um ano após o nascimento do bebê. A jovem recebe apoio psicológico e participa de palestras sobre planejamento familiar e os direitos da mulher, além de outros temas. Em 2020, a OVG realizou uma média mensal de 139 atendimentos.

   Nas ações de apoio ao idoso, as beneficiárias também são maioria. Nos Centro de Idosos Sagrada Família 59% dos moradores são mulheres e na Vila Vida, 40%. As unidades oferecem apoio multiprofissional para promover qualidade de vida e longevidade e contam com profissionais de Nutrição, Terapia Ocupacional, Educação Física, Assistência Social, Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Enfermagem e Geriatria. 

   Na capital funciona também a Casa do Interior de Goiás (Cigo), que atende pacientes do interior do Estado encaminhados pelas prefeituras. Entre 2019 e 2020, a Cigo atendeu 7.193 pacientes e acompanhantes, sendo que 63% foram mulheres. A unidade disponibiliza, sem nenhum ônus, hospedagem, alimentação, transporte e acompanhamento profissional de enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.

   “Eu costumo dizer que não tem nada que se compara a força de uma mulher. Modéstia à parte, quando nós queremos, nós vamos à luta e enfrentamos qualquer batalha pelo nosso objetivo. Ao mesmo tempo, somos seres capazes de demonstrar todo o amor do mundo e acolher, com um abraço, quem mais precisa. E a OVG se caracteriza por tudo isso! Pelo amor, acolhida, assistência, ajuda, pelo cuidado acima de tudo. Não é a toa que fomos fundados e somos guiados até hoje por grandes mulheres. Esse é um dos segredos do nosso belo trabalho social”, destaca a presidente de honra da OVG e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais, primeira-dama Gracinha Carvalho Caiado.

   A diretora-geral da Organização, Adryanna Melo Caiado, destaca que a OVG é uma das principais instituições sociais do Estado de Goiás, oferecendo assistência social a milhares de famílias em vulnerabilidade em todos os 246 municípios goianos. “Com a força e a dedicação das grandes mulheres que compõem a história da entidade e do Governo de Goiás, registramos um aumento de 71% no repasse de benefícios a quem mais precisa, em 2020. Doações que alcançaram milhares de pessoas por meio do cuidado, carinho e amor depositado pelas colaboradoras e voluntárias da Organização. A cada uma dessas mulheres, nosso respeito e admiração. Feliz Dia das Mulheres!”.