Mortes de mãe e filho foram por envenenamento

Segundo o delegado responsável, Carlos Alfama, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21/12), no dia do crime, a investigada levou lanche para a família (Foto: PCGO)

A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), possui elementos suficientes para concluir que um servidor da instituição, de 58 anos, e a mãe dele, de 86 anos, foram mortos por envenenamento, no último domingo (17/12), em Goiânia.

A principal suspeita do duplo homicídio é uma mulher, de 31 anos,  ex-namorada do filho do falecido. As mortes ocorreram depois que a investigada levou alimentos para que a família tomasse café da manhã. A Polícia Técnico-Científica segue analisando qual a substância exata foi usada no envenenamento das vítimas.

Envenenamento

Inicialmente, o caso se apresentou com a hipótese de irregularidade em um doce consumido pela família. Mas com a investigação a polícia descartou a possibilidade de o homicídio ter relação com uma confeitaria da capital, e prendeu nesta quarta-feira (20/12), uma suspeita, Amanda Partata.

Em três dias de investigação, a PCGO já conseguiu esclarecer que a mulher presa teve um relacionamento com o filho/neto das vítimas, por um mês e meio. A mulher teria ficado insatisfeita com o fim do relacionamento, chegando a criar perfis falsos para ameaçar de morte o ex-namorado e a família dele.

Conforme relatado pelo delegado responsável, Carlos Alfama, em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (21/12), no dia do crime, a investigada passou no mercado, comprou o lanche para a família, retornou ao hotel onde estava hospedada e depois seguiu para o endereço onde o ex-sogro morava com os pais. Ela permaneceu na casa da família por cerca de três horas e, depois, seguiu para a cidade onde mora, Itumbiara.

Sintomas

Após ingerirem os alimentos, o filho e a mãe  começaram a ter sintomas, como vômitos, náuseas e diarreia, apontados, a princípio como intoxicação alimentar, informação, agora, descartada. No meio do caminho, a suspeita chegou a receber mensagens do ex-sogro, alegando que estava passando muito mal, assim como a mãe dele.

De acordo com as investigações, o homem queria alertar a ex-nora sobre os sintomas que ele e a mãe sentiam após o café da manhã, uma vez que ele acreditava que a investigada estaria grávida, versão que ela sustentava entre a família do ex.

A PCGO acredita que o crime foi pelo fato de Amanda ter se sentindo rejeitada com o término do namoro com o filho de uma das vítimas. Mesmo separados, a mulher continuava frequentando a casa dos parentes do ex-namorado, pois afirmou que estava grávida. Exames, no entanto, já descartaram a gravidez.

“Foram comprados diversos alimentos. Até por uma questão técnica é mais possível que o veneno tenha sido ministrado no suco, porque é mais fácil dissolver o veneno no meio líquido. Pelas informações que tivemos aquela situação se assemelha com envenenamento”, afirmou o delegado.

A polícia já esclareceu também que a investigada possui passagens em outros estados, incluindo falsa gravidez, com objetivo de enganar ex-companheiros. Ela também configura como parte em inquéritos sobre pornografia infantil, exercício ilegal de profissão e estelionato.

As investigações continuam para esclarecer todos os pontos da prática criminosa, incluindo o produto utilizado para envenenar as vítimas.