Missão chinesa chega a Goiás para conhecer potencialidades no cultivo de arroz
Goiás tem potencial para ser autossuficiente no cultivo de arroz, com mais de 280 mil hectares aptos a começarem imediatamente a produção. O cenário chamou atenção da Embaixada da China no Brasil, que propiciou missão de especialistas agrícolas da Universidade de Yunnan, referência chinesa no assunto.
Nesta segunda-feira (22/01), a comitiva foi recebida, no Palácio Pedro Ludovico, em Goiânia, pelo vice-governador Daniel Vilela.
“Os representantes chineses terão, ao longo dessa semana, uma agenda para conhecer o que há de mais moderno em tecnologia de produção de arroz, seja por irrigação de terras altas, com o pivô central ou por inundação, que nós temos aqui também”, destacou o vice-governador.
Daniel Vilela ainda frisou que a China é o maior parceiro comercial de Goiás, recebendo 70% das exportações goianas.
“Nós acreditamos que há muito potencial para crescer e, naturalmente, o arroz ser mais um produto com o qual possamos estabelecer parcerias internacionais”.
A missão chinesa continua até a próxima quinta-feira (25/01), com visitas às principais lavouras e centros de pesquisa. O líder da comitiva chinesa, professor e presidente da Universidade Ynnan, Zhu Youyong, mostrou-se entusiasmado com missão.
“É uma viagem longa até aqui, mas ao chegar já parece que estamos entre amigos de longa data. Temos interesses em assuntos comuns e isso nos aproxima. Estamos animados em poder ver todo o conhecimento de vocês no que diz respeito a cultura do arroz”, disse.
Cultivo de arroz
Terceiro no ranking do país em produção de grãos variados, Goiás tem cerca de 16 mil hectares destinados ao arroz. A previsão para os próximos anos é chegar a 100 mil hectares de lavoura do grão, sendo que as principais cidades produtoras são Flores de Goiás e Luiz Alves – juntos, os dois municípios ultrapassaram a marca de 86 mil toneladas produzidas.
Trabalhos de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão e da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) têm colaborado para ampliar a produção goiana.
A expectativa, segundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo, “é conseguir ampliar a produção em dois a três anos para garantir a autossuficiência em relação à produção e ao consumo do grão”.
Dessa forma, a missão chinesa, na opinião do líder da pasta, é extremamente proveitosa, “para entender quais demandas e características são buscadas pela China para desenvolver um produto nessas condições”.
Autossuficiência
Segundo o chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Élcio Guimarães, “nos anos 1970, Goiás era autossuficiente em produção do grão, mas ao longo dos anos a cultura de milho e soja foi ganhando mais espaço”. Agora, a intenção é recuperar a condição de produzir o bastante para suprir o mercado interno e exportar o excedente.
“O arroz, pelos custos de produção e o preço, é a cultura mais rentável que existe. Não tem soja, não tem milho, não tem algodão: nenhuma cultura no estado de Goiás é tão rentável como o arroz hoje”, explicou.
O presidente da Agrodefesa, José Caixeta Ramos, completou que Goiás está preparado para produzir um arroz de primeira qualidade em nível mundial.
“Sanitariamente, nós temos técnicos capacitados para elaborar, buscar informações e realizar pesquisas junto com a Embrapa e Emater, para que tenhamos as medidas fitossanitárias importantes para prevenir as doenças e pragas dessas lavouras”.
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