Reajuste nas parcelas de financiamento de lotes chega a 32% no último ano

A orientação aos consumidores é analisar cuidadosamente o contrato, as cláusulas que estabeleçam as formas de correção (índice e juros) e principalmente, fazer uma simulação da evolução das parcelas (Foto: Divulgação)

Consumidores que parcelaram a compra de lote nos últimos anos estão encontrando sérias dificuldades para honrar com esses compromissos. somente nos últimos 12 meses (05/2020 a 04/2021), o principal índice que corrige esses contratos (igpm), registrou um acumulado de 32,03%. nesse tipo de contrato em sua maioria, além da correção monetária, são inseridos na composição do reajuste, juros remuneratórios de até 1% ao mês.

Essa preocupação de não conseguir pagar as prestações fez com que vários consumidores procurassem o Procon Goiás para verificar se esses cálculos apresentados pelas empresas, de fato, estão corretos. Para se ter uma ideia, somente de janeiro a abril deste ano, foram realizados 379 cálculos, uma média de quase 100 por mês.

Para exemplificar o impacto que esses contratos estão causando no orçamento de um trabalhador assalariado, pegamos como exemplo concreto de um contrato assinado em abril de 2016, cujo valor da parcela àquela época era de R$ 485,00, parcelado em 120 vezes, com primeiro vencimento em 19/05/2016.

De lá pra cá

Considerando a correção pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) mais os juros remuneratórios de 1% ao mês – o valor a ser pago agora neste mês de maio (2021) será de R$ 1.419,98. A elevação somente nos últimos 5 (cinco) anos foi de 192,77% (quase 200% de elevação, ou seja, 3 vezes o valor inicial). Vale lembrar que o contrato está apenas na metade do caminho.

Para um trabalhador assalariado, é um peso insustentável tendo em vista que o salário mínimo nesse mesmo período teve uma correção de apenas 25%.

Orientações
A orientação principal aos consumidores que pretendem adquirir esse tipo de imóvel é analisar cuidadosamente o contrato, principalmente as cláusulas que estabeleçam as formas de correção (índice e juros) e principalmente, fazer uma simulação da evolução das parcelas.

Como não é possível avaliar a evolução futura das parcelas, faça uma simulação como se o imóvel tivesse sido adquirido há 3 (três) anos e avalie se conseguiria ou não honrar com esse compromisso. Lembrando que nos casos de desistência do imóvel, infelizmente boa parte do valor pago ficará com a empresa a título de multa por quebra de contrato.

Consumidores que estiverem nessa situação poderão solicitar o cálculo junto ao Procon Goiás para avaliar se esses reajustes aplicados pela empresa estão ou não em conformidade com o contrato. O atendimento pode ser feito presencialmente, por meio de agendamento pelo Procon Web (proconweb.ssp.go.gov.br), ou solicitado por meio da mesma plataforma.