Operação Malus Pharma desmonta esquema de desvio de cargas de medicamentos

Operação Malus Pharma (Farmácia do Mal), que resultou na prisão em flagrante de sete pessoas. Também foram apreendidos diversos medicamentos subtraídos, no valor total de R$ 10 mi, em Aparecida de Goiânia (Foto: SSP-GO)

Uma força-tarefa, montada entre as Polícias Civil (PCGO), Militar (PMGO) e Rodoviária Federal (PRF), resultou na desarticulação de um esquema criminoso, responsável pelo desvio de diversas cargas de medicamentos. As subtrações eram praticadas por integrantes de uma organização criminosa e teriam causado prejuízo estimado em R$ 20 milhões às empresas vítimas, dos Estados de Minas Gerais e São Paulo.

Nesta segunda-feira (24/5), após oito meses de investigação, as equipes policiais deflagraram a Operação Malus Pharma (Farmácia do Mal), que resultou na prisão em flagrante de sete pessoas, suspeitas de participação nos crimes. Também foram apreendidos diversos medicamentos subtraídos, no valor total de R$ 10 milhões, em um depósito na cidade de Aparecida de Goiânia. A operação contou com o apoio da Secretaria Estadual da Economia e da Polícia Técnico-Científica.

De acordo com a apuração, as cargas de medicamentos saíam de fábricas, em Goiás, com destino aos estados da região sudeste do país. Contudo, não eram entregues na sua totalidade para as empresas. Segundo o delegado Alexandre Bruno de Barros, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), parte dos carregamentos era subtraída e revendida para pequenas farmácias.

 “Nessa investigação, conseguimos identificar os autores imediatos e passamos a pleitear medidas cautelares relacionadas ao caso. Dentre essas medidas, a de ação controlada. Conseguimos apurar que havia o envolvimento direto de empregados de laboratórios de revenda desses medicamentos e tivemos êxito em prender sete dos envolvidos. Três deles são os líderes, três deles são donos de farmácias e o outro um intermediário”, pontuou.

Após longo trabalho investigativo e autorização do Poder Judiciário, as equipes passaram a monitorar os alvos. Na última segunda-feira (17/5), os policiais descobriram o local onde os medicamentos furtados eram armazenados, em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital. Foi realizada auditoria fiscal da Secretaria da Economia e comprovado que a maioria dos produtos pertencia a uma indústria de Anápolis. Todos os medicamentos foram recuperados e serão devolvidos às vítimas.

Os suspeitos deverão responder no inquérito policial por organização criminosa, receptação qualificada, fraudes fiscais, falsificação de documentos e por crimes contra as relações de consumo. “Vamos prosseguir nas investigações para terminar de desmantelar essa organização criminosa”, ressaltou o delegado.

A ação controlada é um instrumento de investigação criminal previsto na Lei de Organizações Criminosas (Lei 12.850/2013) e consiste em retardar a intervenção policial frente à atuação dos investigados, visando obter a maior amplitude possível de provas e informações que alcancem a totalidade dos delitos perpetrados no esquema criminoso.

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