Fica tem quase metade das produções dirigidas por mulheres 

Marta Faria da Silva é uma das diretoras e compete com o filme “Meada Cor Kalunga” na Mostra Indígena e de Povos Tradicionais (Foto: Divulgação)

O 25º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) é a edição com o maior número de diretoras nas mostras competitivas. Em 2024, foram 61 diretores creditados, dos quais 29 mulheres, o equivalente a 47,5% do total. A edição anterior teve 40,8% de mulheres diretoras.

O Fica será de 11 a 16 próximo, na cidade de Goiás, e é uma realização do Governo de Goiás, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em correalização com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE). 

Produções

Nesta edição, as mostras Washington Novaes e a de Cinema Indígena e Povos Tradicionais foram as que mais concentraram diretoras, com 52,9% e 57,9%, respectivamente. Somente a mostra de Cinema Indígena, inédita esse ano, teve 11 diretoras, de 19 creditados.

Já a mostra do Cinema Goiano, possui metade da direção realizada por mulheres. Das quatro mostras competitivas, apenas a mostra Becos da Minha Terra, exclusiva para produções da cidade de Goiás, teve menos mulheres dirigindo as obras.

Pedro Novaes, diretor de programação do Fica, acredita que, apesar de ainda ser um espaço majoritariamente masculino, é possível observar uma maior representatividade feminina no mercado audiovisual.  Além disso, ele destaca a necessidade de aliar as discussões sobre meio ambiente com o recorte de gênero. 

“A Comissão de Seleção levou isso em consideração como um dos um dos critérios, embora não só, e eu acho que é fundamental, porque, entre outras coisas, a questão ambiental não está desconectada de outras grandes questões e outras  transformações que o nosso tempo pede, ela não está desconectada da questão de gênero e outras questões relativas a grupos sociais sub-representados”, avalia.

Marta Faria da Silva é uma das diretoras contempladas e está competindo com o filme “Meada Cor Kalunga” na Mostra Indígena e de Povos Tradicionais e ressalta que a representatividade feminina é uma forma das mulheres “falarem por si mesmas”.

“É muito importante esse aumento no número de mulheres. Eu estou muito feliz em estar participando com outras mulheres, estou conhecendo coisas que não conhecia e achava que não era capaz. Então isso é mostrar para as mulheres que a gente pode, é levar a nossa história. Vamos tomar a frente do nosso poder e da nossa luta”, celebra. 

Evento multicultural

O Fica 2024 conta com uma vasta programação gratuita, com mostras competitivas, debates com grandes nomes do cinema nacional e internacional, atividades de cunho ambiental e atrações culturais. 

O festival conta com apoio do programa Goiás Social; das secretarias de Estado da Retomada; de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti); e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad); Saneago; Universidade Estadual de Goiás (UEG), Instituto Federal de Goiás (IFG); Serviço Social do Comércio (Sesc) e Prefeitura da cidade de Goiás.

Este ano o evento também tem como apoiadores a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),  Museu Nacional dos Povos Indígenas/Funai, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Grupo Kelldrin e Saga BYD.