Polícia faz buscas em escritórios de advocacia por golpe em idosos
A Polícia Civil de Goiás, por meio da 3ª Delegacia Distrital de Polícia de Aparecida de Goiânia – 2ª DRP, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (2) a Operação Captadores, para cumprimento de quatro ordens judiciais, sendo duas buscas em escritórios de advocacia e duas medidas cautelares de afastamento.
A ação contou com o apoio da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil/Goiás.
A investigação teve início após registros de ocorrências de vítimas (aposentados, pensionistas, beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas e pretensas beneficiárias) que relataram serem abordadas nas proximidades da agência do Instituto Nacional do Seguro Social em Aparecida de Goiânia.
As pessoas eram convencidas, de forma insistente, por “captadores” que alegavam prestar os serviços necessários, encaminhando-as a supostos advogados e escritórios.
Escritórios de advocacia
O esquema envolvia captadores externos que abordavam as vítimas próximo à agência do INSS, um vigilante patrimonial que atuava no interior da agência, indicando captadores e supostos advogados, e escritórios onde as vítimas eram induzidas a assinar contratos e formulários em branco, fornecer senhas de aplicativos e tirar fotografias (tipo “selfies”).
Após alguns dias, as vítimas eram levadas a agências bancárias para sacar valores de empréstimos ou benefícios concedidos. Os agentes se apropriavam de mais da metade dos valores, alegando serem honorários pelos serviços prestados.
As vítimas relataram que, após os fatos, diversos empréstimos surgiam em seus benefícios mensais, por vezes reduzindo os proventos a menos de 50% do valor original, o que tem gerado dificuldades de subsistência para os beneficiários.
Os membros do grupo se aproveitavam da vulnerabilidade das vítimas, que em sua maioria têm dificuldade em utilizar aplicativos e sistemas informatizados. Ao final do inquérito, os investigados poderão ser indiciados pelos delitos de associação criminosa, estelionato, exercício ilegal da profissão e coação de idoso a contratar ou outorgar procuração. As investigações prosseguem visando à identificação de outros possíveis envolvidos.