Operação Fogo Amigo: Economia estima desvio de R$ 2 milhões em ICMS

Na parte dos produtos roubados, a Decar recuperou cerca de R$ 20 milhões em cargas de aços e ferragens e um empresário foi preso em flagrante

A Secretaria da Economia de Goiás participou da Operação Fogo Amigo,  deflagrada nesta quinta-feira, dia 24, pela Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas  (Decar-PC). A ação apura a suspeita de receptação de aço e ferragens por um grupo empresarial com unidades em Goiânia e Aparecida de Goiânia, além de sonegação de impostos. Auditores Fiscais e Técnicos Fazendários da Secretaria da Economia, com apoio do Batalhão Fazendário Militar (BPMFAZ), participaram da operação.

A investigação da Decar, que durou seis meses, foi iniciada a partir do aumento de roubo de cargas de aço advindas do Maranhão, Minas Gerais e Pará. A partir da apuração, eles detectaram que um empresa em Goiânia – do ramo de venda de ferragens – estaria envolvida com a receptação. Uma das unidades dessa empresa, em Aparecida de Goiânia, funcionava como depósito. A participação da Secretaria da Economia foi fundamental para atestar a ilegitimidade das transações fiscais. 

De acordo com o supervisor da Delegacia de Fiscalização de Goiânia (DRF), Adalberto Constantino, o banco de dados das empresas  foi apreendido e será auditado. “Pela análise prévia dos balanços e informações contábeis, estimamos sonegação de pelo menos R$2 milhões de ICMS em um ano”, adiantou o supervisor. Durante a operação, os auditores detectaram um descarregamento de treliças e arame sem nota fiscal. O empresário foi imediatamente autuado em R$ 300 mil reais. Da Secretaria da Economia, participaram sete auditores fiscais e dois técnicos fazendários, além do efetivo do BPMFAZ. 

Na parte dos produtos roubados, a Decar recuperou cerca de R$ 20 milhões  em cargas de aços e ferragens e  um empresário foi preso em flagrante. A investigação indica que os produtos seriam fruto de receptação, que envolvia um intrincado esquema entre empresários, receptadores e motoristas. 


Entenda a investigação:

Segundo investigações da Decar, a organização criminosa utilizava um aplicativo de frete e outras plataformas para a realização de negócios jurídicos envolvendo o transporte de ferro e aço. Os motoristas, ligados ao grupo criminoso, após o carregamento desviavam a rota estabelecida e entregavam o produto a receptadores já determinados. Dentre eles, empresários do ramo de compra e venda preso na operação.

Além das mercadorias suspeitas de receptação, foram apreendidos veículos de luxo e banco de dados fiscais. A PC também entrou em contato com várias vítimas para devolução dos produtos roubados. O empresário foi detido em flagrante e cerca de 15  motoristas foram identificados. Segundo informações da PC, os pedidos de prisão estão em andamento.