Goiás lidera produção nacional de girassol

O estado de Goiás se consolida, mais uma vez, como o maior produtor de girassol do Brasil, sendo responsável por cerca de 70% da produção nacional do grão, segundo dados divulgados na última quinta-feira (15/05) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A previsão é que sejam produzidas 71 mil toneladas na safra 2024/2025, crescimento de 58,8% em relação ao ciclo 2023/2024, que foi de 44,7 mil toneladas.
O bom desempenho do estado é resultado direto de uma combinação entre fatores naturais, uso de tecnologia e, principalmente, de um forte trabalho de defesa sanitária conduzido pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), órgão do Governo de Goiás.
O girassol é cultivado, preferencialmente, em sucessão à cultura da soja, no período de safrinha. No entanto, não existem herbicidas seletivos para a cultura registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Isso torna as plantas voluntárias de soja um problema fitossanitário, já que a presença de plantas vivas de soja nas lavouras de girassol mantém o inóculo do fungo Phakopsora pachyrhizi, agente causal da ferrugem asiática, ativo.
O gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Leonardo Macedo, ressalta que a cultura do girassol tem ganhado espaço no calendário agrícola goiano como uma alternativa viável entre as safras de verão e de inverno. Contudo, ele explica que para garantir a sanidade das lavouras e evitar riscos à produtividade da soja, a atuação da Agrodefesa tem sido essencial.
“A Agência estabelece e fiscaliza um calendário de semeadura específico para o girassol, que define os períodos adequados de plantio e de colheita e orienta a eliminação de plantas voluntárias de soja que podem servir de hospedeiras para pragas, como a ferrugem asiática”.
Além disso, o gerente reforça que o cultivo do girassol em Goiás exige o cadastro obrigatório das lavouras no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). Com essa medida, a Agrodefesa consegue monitorar as áreas plantadas, acompanhar possíveis focos de plantas voluntárias de soja e implementar ações rápidas de controle, contribuindo para manutenção do controle da ferrugem asiática no Estado.
“O sucesso de Goiás na produção de girassol não seria possível sem as medidas fitossanitárias visando um bom manejo de plantas daninhas. As ações da Agrodefesa dão segurança ao produtor e garantem a integridade da cadeia produtiva”, destaca o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
O titular da Agência enfatiza que a produção de girassol no Estado é destinada principalmente à extração de óleo e também à alimentação animal, sendo valorizada por sua adaptabilidade e pelo bom desempenho agronômico.
Ele explica que as medidas legislativas estabelecidas pela Agrodefesa viabilizam o cultivo do girassol no estado sem comprometer o manejo fitossanitário na cultura da soja, visto que as plantas voluntárias são hospedeiras da ferrugem asiática.
“Com ações integradas entre fiscalização, orientação técnica e uso de tecnologia, a Agrodefesa reafirma seu papel estratégico no desenvolvimento sustentável do agronegócio em Goiás, contribuindo diretamente para que o Estado siga na liderança da produção de girassol no Brasil”, finaliza.
Saiba mais
Agrodefesa realiza palestras sobre citricultura e uso seguro de agrotóxicos