Preso grupo do RS suspeito de provocar morte de um homem por extorsão

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, deflagrou, na nesta quarta-feira (28), operação policial contra crimes de extorsão e associação criminosa.

Seis pessoas foram presas de forma temporária, e houve o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão e outras sete medidas cautelares.

A investigação teve início após a esposa da vítima comparecer na Dercc e registrar uma ocorrência informando que o esposo havia cometido suicídio no dia 18 de maio de 2023, em Goiânia, e que acreditava que o motivo seria o fato de ter sido extorquido por terceiros, que o ameaçavam afirmando que ele seria preso por pedofilia.

A esposa da vítima tomou conhecimento da extorsão após levar o aparelho celular do marido à assistência técnica para o desbloqueio do aparelho, quando então, obteve acesso a um aplicativo de mensagens e encontrou conversas com diversos números cujos interlocutores diziam que o homem havia trocado conteúdos íntimos com uma menor de idade.

Nesse sentido, os interlocutores afirmavam falsamente serem irmão e pai da suposta adolescente e passaram exigir quantias em dinheiro para não denunciá-lo à Polícia Civil. Verificou-se que antes do suicídio, a vítima havia realizado diversas transferências de valores para contas bancárias indicadas pelos infratores.

Golpe para extorsão

Após extensa investigação policial, constatou-se que, na realidade, o esposo da comunicante havia sido vítima do crime popularmente conhecido como “golpe da novinha” ou “sextortion” (sextorsão), modalidade criminosa em que os autores solicitam amizade com um perfil falso do sexo feminino em rede social e, após o convite, colocam em prática o engodo do golpe, onde uma mulher envia fotos íntimas e ao mesmo tempo solicita que a vítima envie imagens privadas.

Depois da troca de fotos, começa a conduta de extorsão, onde os infratores entram em contato com a vítima alegando falsamente que a mulher se trata de uma adolescente. Ato contínuo, outras pessoas entram em contato com a vítima afirmando serem parentes da suposta adolescente e exigem dinheiro para custear tratamentos psicológicos e não denunciar o fato à polícia.

Como visto, as práticas dos crimes em apuração resultaram em consequências extremas, tendo a vítima cometido autoextermínio em seu ambiente de trabalho.

A investigação reuniu robustos elementos de informação indicando que a atuação criminosa era realizada com a participação e auxílio de diversas pessoas, todas residentes no estado do Rio Grande do Sul. As apurações prosseguem para elucidar o envolvimento de outras pessoas e a existência de novas vítimas.