Lixão de Padre Bernardo: Semad aplica multa de R$ 37,5 milhões

Também teve início a transposição do córrego Santa Bárbara, atingido pela montanha de lixo que desmonorou no lixão de Padre Bernardo (Foto: Semad)

Depois de cumprir a etapa inicial de qualificação do dano ambiental causado pelo desmoronamento de uma pilha de lixo no dia 18 de junho, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) lavrou, nesta terça-feira (1º/07), o primeiro auto de infração para empresa Ouro Verde, dona do lixão de Padre Bernardo. O valor é de R$ 37,5 milhões.

O corpo técnico da Semad trabalha agora na documentação necessária para contratação de mais máquinas para operar no local, somando-se às que a prefeitura de Padre Bernardo já disponibilizou. Elas serão usadas, sobretudo, para remover os 42 mil metros cúbicos de lixo que desabou e para abrir acessos.

A Semad também continua a fazer o monitoramento de água do córrego Santa Bárbara e do rio do Sal, que era usada por agricultores da região. A Semad proibiu o uso desse recurso hídrico até que cesse a contaminação, e a prefeitura, em paralelo, providencia o abastecimento dessas famílias com a distribuição de galões de 20 litros e com caminhões-pipa.

Começa a transposição do córrego Santa Bárbara

Teve início, nesta terça-feira (1º/7), a transposição do córrego Santa Bárbara, atingido pela montanha de lixo que desmonorou no lixão da empresa Ouro Verde. A operação está sendo executada com auxílio de uma motobomba, com capacidade para bombear 50 metros cúbicos por hora.

A água está sendo succionada em um ponto do córrego anterior ao desastre (à montante) e devolvida em um ponto posterior ao desabamento (à jusante). O esforço dos servidores envolvidos é o de succionar a água no ponto mais distante possível do desmoronamento, com objetivo de devolvê-lo ao leito do córrego com níveis menores de contaminação.

Uma segunda motobomba, cedida por uma empresa sucroalcooleira de Goianésia, está a caminho de Padre Bernardo para auxiliar na transposição. A capacidade dela é de 150 metros cúbicos por hora, ou seja: três vezes acima da bomba que no momento faz o trabalho sozinha. Futuramente, depois que a crise emergencial for resolvida, a ideia é de fazer um desvio físico e definitivo para o córrego – que não passe pela área contaminada.

Acesso ao lixo que desabou

Em paralelo ao bombeamento de água, tratores que a prefeitura conseguiu contratar depois do decreto de estado de emergência estão sendo usados para abrir um acesso na margem à esquerda da pilha de lixo que desabou na grota (com o consentimento de proprietários rurais vizinhos ao lixão). Será a partir desse acesso que os caminhões vão tirar os resíduos que caíram no vale.

A terra removida na abertura do acesso está sendo utilizada na construção de uma barreira metros depois do local do desmoronamento. Essa barragem tem o objetivo de evitar um novo carreamento de lixo e de chorume se eventualmente a pilha de resíduos ceder. Toda a água do córrego succionada pela motobomba está (e continuará sendo) devolvida ao leito depois da barragem.

Cerca de 15 servidores da Semad, ICMBio e prefeitura de Padre Bernardo operam no local nesse momento, além de dez operadores da Ouro Verde. Não há ninguém cedido pela empresa e com habilitação técnica presente no lixão.

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