Emater divulga diagnóstico com principais desafios da agricultura familiar

Pesquisa, que ouviu produtores e agentes envolvidos na área de 131 municípios, aponta custos, crédito e falta de mão de obra como maiores entraves (Foto: Emater)

Em comemoração à Semana da Agricultura Familiar, a Emater divulgou o resultado preliminar da Pesquisa de Diagnóstico da Agricultura Familiar em Goiás, realizada de 25 de junho a 11 de julho. O levantamento ouviu produtores rurais e agentes envolvidos de 131 municípios goianos e traçou um panorama detalhado dos principais desafios, demandas e oportunidades do setor no estado.

Diagnóstico

Ao todo, 52,1% dos participantes se identificaram como homens e 47,9% como mulheres. O público da pesquisa foi composto, principalmente, por produtores rurais (55,6%), além de técnicos da Emater e de outras instituições (27%), representantes de cooperativas e sindicatos (6,7%), colaboradores do setor (3,7%), gestores públicos (1,4%) e outros (5,6%). 

Quando questionados sobre o tempo de atuação na agricultura familiar, a maioria dos participantes revelou ter entre 11 e 30 anos de experiência no setor. Em seguida, destaca-se o grupo que atua há até 10 anos. Já os produtores com mais de 30 anos de dedicação à atividade representam a menor parcela dos respondentes.

De acordo com o presidente da Emater Goiás, Rafael Gouveia, o levantamento teve como objetivo mapear informações estratégicas para criação de novas políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do campo, de acordo com as necessidades reais dos produtores goianos.

“Nossa equipe técnica está realizando a análise completa dos dados e, a partir deles, nós vamos direcionar as nossas ações”, explica.

Principais desafios da agricultura familiar em Goiás

Produção vegetal
Na produção vegetal, o custo elevado dos insumos foi apontado como o maior desafio por 76,4% dos entrevistados. A falta de máquinas e implementos (61%) e a escassez de mão de obra (57,6%) também aparecem entre as principais dificuldades.

Questões como acesso a crédito (51,4%), pragas e doenças (45,5%) e problemas na comercialização (42,7%) completam o cenário. Para parte dos participantes, a ausência de assistência técnica (26,4%) e fatores como clima, logística e infraestrutura básica também impactam a atividade.

Produção animal
Na produção animal, o custo dos insumos também lidera as preocupações, citado por 63,8% dos respondentes. A comercialização dos produtos (53,4%), o acesso a crédito (51,4%) e a alimentação dos animais (48%) aparecem na sequência. Falta de mão de obra (45,5%), manejo (30,9%), abate (22,5%) e doenças (21,1%) também são desafios relatados por quem trabalha com a pecuária.

Já no setor agroindustrial, o principal entrave relatado foi o acesso a linhas de crédito (58,9%). Questões como comercialização (52,4%), custo elevado dos insumos (50,7%) e falta de mão de obra (47,6%) também preocupam os participantes.

A ausência de legislação e normas específicas (45,6%), a falta de máquinas adequadas (42,3%) e limitações como estrutura física, assistência técnica e logística também foram apontadas.

Atividades promissoras

Quando questionadas sobre as atividades agropecuárias mais promissoras para a agricultura familiar em suas regiões, a maioria das pessoas apontou a horticultura como principal alternativa. Em seguida, as respostas mais frequentes indicaram a pecuária de leite e, por fim, a fruticultura apareceu como a terceira atividade na qual apostam para empreender.

O gerente de Pesquisa Agropecuária da Emater e idealizador do mapeamento, Cleiton Mateus, destaca que os resultados vão nortear o trabalho da empresa em pesquisa, inovação e desenvolvimento rural.

“Com base nesse diagnóstico, podemos direcionar investimentos e parcerias para atender as cadeias produtivas que mais precisam de apoio”, conclui.