Goiás confirma circulação do vírus da febre amarela em Abadia de Goiás

A Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) emite alerta epidemiológico para todos os municípios goianos em relação à identificação da febre amarela em um macaco encontrado morto em Abadia de Goiás. A morte do animal foi notificada no dia 25 de agosto e a confirmação laboratorial ocorreu nesta semana.
Outros dois casos estão sendo investigados em Guapó e Aragoiânia. Apesar da necessidade de monitoramento e ações preventivas, a SES reforça que os macacos não transmitem o vírus; são vítimas, assim como os humanos.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença causada por um vírus cuja transmissão se dá por meio da picada de mosquitos silvestres, principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os macacos e humanos são acometidos pela doença, que apresenta evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas formas graves.
Ao serem contaminados, os animais fazem o papel de “sentinela”, alertando para o surgimento da doença. A orientação é que a população mantenha a atenção, avise as autoridades no caso de animais mortos e não ataque ou mate os animais.
A detecção da morte e adoecimento de primatas servem como alerta para a possível circulação da doença na região. Desmatar ou eliminar os macacos não impede a circulação do vírus da febre amarela, podendo ainda eliminar o papel de “sentinela” dos primatas e, portanto, essa sua contribuição para a saúde pública.
Prevenção
A Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que não há casos ou óbitos confirmados por febre amarela em humanos no ano de 2025, sendo o último caso registrado em 2017. As principais medidas de prevenção para humanos incluem a vacinação, o uso de repelentes e roupas que minimizem a exposição da pele.
A vacina da febre amarela faz parte do calendário básico de vacinação das crianças de 9 meses a menores de 5 anos, sendo uma dose aos 9 meses de idade e uma dose de reforço aos 4 anos, além de dose única na população de 5 a 59 anos de idade não-vacinada.
Em Goiás, a cobertura vacinal para a febre amarela está atualmente em 71,57%, abaixo da meta prevista pelo Ministério da Saúde, que é de 95%.
A SES elaborou uma nota técnica e encaminhou aos municípios. Nela, são feitas diversas recomendações, que incluem medidas de reforço no monitoramento e a busca ativa para vacinação de indivíduos não vacinados, aumento da sensibilidade nas unidades para notificação e investigação de casos suspeitos em humanos, conforme orientações do Guia de Vigilância em Saúde, além da coleta de amostras para exames específicos.
Animais mortos
Ao encontrar um macaco morto ou doente, a população não deve tocar ou fazer contato, sendo necessário notificar as autoridades da saúde por meio do aplicativo SISS-Geo, disponível na Play Store e na Apple Store. Também é possível avisar a secretaria municipal de saúde do seu município.
Recomendações para a população
Entre as principais recomendações para a população e municípios estão:
- busca imediata da vacina para quem ainda não tomou a vacina, busca ativa de não vacinados de casa em casa e em locais de zona rural;
- evitar contato com áreas de mata ou silvestres, principalmente onde houve morte de macacos e se for necessário se deslocar a esses locais, usar roupas que cubram o corpo (mangas compridas, calças);
- usar repelente contra mosquitos, principalmente no início da manhã e no fim da tarde, quando os mosquitos transmissores estão mais ativos.
Ao observar os sinais de alerta, como febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas e vômitos, a recomendação é procurar atendimento médico.
Saiba mais: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-amarela