Vídeo registra filhotes gêmeos de tamanduás-bandeira no Pescan

Tamanduás-bandeira gêmeos no Pescan sinalizam boas perspectivas para a biodiversidade (Foto: Semad)

Um vídeo mostra o momento raro em que uma mamãe tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) caminha pelo Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (Pescan) com filhotes gêmeos nas costas, em agosto deste ano. O registro foi feito por armadilhas fotográficas espalhadas pelo parque para fins de pesquisa e proteção da biodiversidade (assista clicando aqui).

No vídeo, feito no dia 21 de agosto de 2025, a mamãe tamanduá-bandeira aparece durante a noite. Os filhotes estão agarrados às costas, enquanto a mamãe cheira o ambiente e bebe água.

Tamanduás-bandeira

É raro que tamanduás-bandeira tenham filhotes gêmeos. A bióloga e analista ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Paula Tambellini, explica que a gestação desses animais dura cerca de 180 dias e, na maioria dos casos, nasce somente um filhote.

“Há poucos casos relatados no Brasil. O fato é ainda mais importante porque o tamanduá-bandeira é uma espécie ameaçada de extinção. Então, é uma notícia que nos emociona, pois esses animais só conseguem viver e se reproduzir se o ambiente for favorável”, explica Tambellini.

Monitoramento

A Semad monitora a biodiversidade no Pescan desde 2012. São espalhadas armadilhas fotográficas, que captam a vida silvestre como parte do Plano de Monitoramento, Pesquisa, Proteção e Manejo da Biodiversidade do parque. Os dados gerados contribuem para a conservação das espécies e para o conhecimento científico da fauna brasileira.

“Temos câmeras instaladas em locais estratégicos; neste caso, em frente ao bebedouro que colocamos para os animais silvestres. Isto se faz necessário porque muitos poços, nascentes, cachoeiras e pequenos riachos secam nesta época do ano, e os animais têm que andar grandes distâncias para obter água”, afirma Tambellini.

Segundo a analista, o Pescan também integra o Projeto Bandeiras no Corredor, uma iniciativa coordenada por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Aliança da Terra e a Semad, que monitora a fauna de mamíferos e aves de solo no corredor ecológico que conecta o Pescan ao Parque Estadual da Mata Atlântica (Pema).

No Bandeiras do Corredor, o foco é na dinâmica populacional e nas relações ecológicas de médio e longo-prazo, como a interação com eventos de fogo. O nome do projeto faz referência tanto ao tamanduá-bandeira, espécie comum na região e que é considerada “bandeira” (que protege outras espécies), quanto ao corredor ecológico entre os dois parques estudados.

A ação cobre um território de quase 60 mil hectares e teve início em julho de 2023. A secretária Andréa Vulcanis afirma que o projeto servirá de subsídio para o desenvolvimento de políticas de conservação mais eficientes. “Com o estudo, será possível avaliar como os animais se relacionam com ‘cicatrizes’ do fogo, ou seja: como eles vivem e se reproduzem em ambientes onde já houve queimadas”, afirma.

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