Vazio sanitário do feijão começa no sábado

O vazio sanitário anual para a cultura do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris) começa no próximo sábado (20/9) em Goiás. Conforme a Instrução Normativa nº 3/2024 da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), a medida é obrigatória e abrange as lavouras localizadas em 57 municípios, seguindo em vigor até 20 de outubro de 2025.
O objetivo é controlar as viroses transmitidas pela mosca-branca (Bemisia tabaci), entre elas, o mosaico-dourado do feijoeiro (Bean golden mosaic vírus), praga que compromete a produção da leguminosa.
Segundo o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o período de vazio sanitário integra o plano de ação do Programa Estadual de Prevenção e Controle de Pragas da Cultura do Feijoeiro Comum.
“O mosaico-dourado pode resultar em perdas de 40% a 100% da lavoura para o produtor. Por isso, o estabelecimento do vazio é de suma importância para evitar sua disseminação e futuros prejuízos econômicos”, ressalta.
Vazio sanitário
O gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Leonardo Macedo, explica que o vazio sanitário interrompe o ciclo das viroses.
“Sem plantas vivas de feijão no campo para servirem de hospedeiras para a mosca-branca e como fonte de inóculo das viroses, a população da praga diminui significativamente, reduzindo a transmissão do vírus para as próximas safras e, consequentemente, a incidência do mosaico-dourado”, afirma.
“O descumprimento da medida estabelecida pela IN nº 3/2024 da Agrodefesa pode resultar em multa e destruição da lavoura”, alerta o coordenador do programa na Agência, Maxwell Carvalho de Oliveira. Ele lembra que “a eliminação de todas as plantas de feijoeiro-comum, sejam cultivadas ou voluntárias, aquelas que germinam a partir de grãos de feijão perdidos durante a colheita, deve ser realizada por meio de controle químico ou mecânico”.
Em Goiás, o calendário de semeadura e vazio sanitário para cultura do feijão-comum é obrigatório em 57 municípios: Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Anhanguera, Barro Alto, Bela Vista de Goiás, Buritinópolis, Cabeceiras, Caldas Novas, Caldazinha, Campinaçu, Campo Alegre de Goiás, Catalão, Cavalcante, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Colinas do Sul, Corumbá de Goiás, Corumbaíba, Cristalina, Cumari, Damianópolis, Davinópolis, Flores de Goiás, Formosa, Gameleira de Goiás, Goiandira, Iaciara, Ipameri, Leopoldo de Bulhões, Luziânia, Mimoso de Goiás, Niquelândia, Nova Aurora, Nova Roma, Orizona, Ouvidor, Padre Bernardo, Pires do Rio, Planal na, Santa Rita do Novo Des no, Santo Antônio do Descoberto, São João d’ Aliança, São Miguel do Passa Quatro, Silvânia, Sítio d´Abadia, Teresina de Goiás, Três Ranchos, Uruaçu, Urutaí, Valparaíso, Vianópolis, Vila Boa e Vila Propício.
Sobre o mosaico-dourado
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a mosca-branca é considerada uma praga-chave do feijoeiro-comum no Brasil. Além de provocar danos diretos à cultura, o inseto é vetor de viroses, como o mosaico-dourado do feijoeiro, causado por um geminivírus.
A doença pode ocasionar perdas de rendimento de 40% até 100% nas principais regiões produtoras do país. Atualmente, o mosaico-dourado representa uma das maiores limitações ao desenvolvimento da cultura, sendo um problema presente em todos os estados brasileiros onde o feijão é cultivado.