Festival das Artes Negras celebra resistência e ancestralidade em Goiânia

Programação reúne arte, reflexão e ancestralidade. Atividades têm entrada gratuita (Fotos: Rachel Rocha)

O Orum Aiyê Quilombo Cultural, primeiro quilombo cultural de Goiânia, promove o Festival das Artes Negras: De Palmares a Aroeira, em homenagem ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

De 15 a 23 de novembro, a programação reúne arte, reflexão e ancestralidade, com todas as atividades com entrada gratuita.

A abertura do festival será no sábado (15/11), às 19 horas, no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFG), com duas exposições. A primeira, Entre Olhares, Raízes e Memórias, é uma mostra coletiva de artistas negros como Raquel Rocha, Rafaela Rocha e Lucas Almeida, que propõem reflexões sobre identidade, pertencimento e questões sociais.

A segunda, intitulada Iyá Agba – As Matriarcas, é assinada pela pesquisadora Raquel Rocha e presta homenagem às Mães de Santo que resistiram à violência e às tentativas de apagamento da religiosidade afro-brasileira.

Festival das Artes Negras em Goiânia
Tambores do Orum, bloco de percussão, traz enredo A Revolta dos Malês e o Levante Africano (Foto: Raquel Rocha)

Na quinta-feira, dia 20, às 16 horas, o festival marca a estreia do Tambores do Orum, o primeiro bloco de percussão da capital formado exclusivamente por pessoas negras, com o enredo A Revolta dos Malês e o Levante Africano. A concentração será na Avenida Planície, no campo de futebol, e o cortejo segue até o final da via, no Residencial dos Ipês.

A programação segue com debate e solos circenses. Na sexta-feira, dia 21, às 19 horas, o Orum Aiyê recebe uma edição especial do Cine Ori, com exibição do filme Two Distant Strangers (2020). Após a sessão, acontece a conversa O Mundo Real não Cabe em Wakanda, conduzida pelo babalorixá e antropólogo baiano George Hora, mestre em Estudos Étnicos e Africanos, que abordará o racismo à brasileira e as representações midiáticas.

No sábado e domingo, dias 22 e 23, às 20 horas, o quilombo apresenta o resultado do projeto Solos Marginais, com quatro solos circenses interpretados por Codjo Kpade, Cauê Marques, Matheus Alcântara e Raquel Rocha, sob a direção de Marcelo Marques.

Com enfoque em difundir a cultura quilombola e negra ancestral, o diretor e curador do evento, Marcelo Marques, destaca a importância da iniciativa:

“Palmares é o símbolo atemporal de nossas resistências e saberes. O festival conecta a Serra da Barriga ao Cerrado, unindo a força da palmeira à resistência da aroeira — metáforas da firmeza e da persistência diante das adversidades”, destaca.

O projeto conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab), operacionalizada pela Secretaria da Cultura (Secult Goiás).

Programação

Exposições – “Entre Olhares, Raízes e Memórias” e “Iyá Agba – As Matriarcas”
Quando: Sábado (15/11) – 19h
Local: Museu Antropológico da UFG – Praça Universitária

Cortejo Tambores do Orum
Quando: Quinta-feira (20/11) – 16h
Local: Campo de Futebol – final da Av. Planície, Rua W7, Residencial Morada do Ipê, Itatiaia

Cine Ori + palestra com George Hora
Quando: Sexta-feira (21/11) – 19h
Local: Orum Aiyê Quilombo Cultural – Rua 10, Qd L, Lt 10, Residencial Nossa Morada

“Solos Marginais”
Quando: Sábado e domingo  (22 e 23/11)  – 20h
Local: Orum Aiyê Quilombo Cultural – Rua 10, Qd L, Lt 10, Residencial Nossa Morada
Mais informações: @orumaiyecultural