Operação Cavalo de Troia prende 15 suspeitos de roubo e desvio de cargas
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), em conjunto com a Polícia Militar de Goiás e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), deflagrou a Operação Cavalo de Troia – Ultimato Final, na última quarta-feira (11). Nesta etapa da operação, foram cumpridas várias medidas cautelares contra motoristas ligados a esquema de desvio de cargas de aço e soja.
A investigação que deu nome à operação começou em junho de 2020, devido ao significativo aumento de registros de ocorrências de roubos de carregamentos de sojas e aços utilizados na construção civil. Já nas primeiras diligências, os policiais constataram que 100% dos registros de roubos eram falsos e que se tratavam, na verdade, da modalidade criminosa de estelionato, com a participação direta do motorista transportador.
A força-tarefa apurou que os motoristas utilizavam uma conhecida plataforma digital de contratação de frete para atrair suas vítimas, todas empresários ligados ao ramo de transportes, vendas de aço e armazenagem de grãos, que buscavam apenas o menor preço. As vítimas entregavam suas cargas aos motoristas que, após realizarem o carregamento, desviavam os produtos, entregando-os a receptadores. A narrativa padrão dos motoristas chamou a atenção dos investigadores que, observando o contexto das ocorrências, conseguiu verificar a existência do esquema criminoso, identificando assim todos os seus participantes.
A Operação Cavalo de Troia – Ultimato Final resultou na prisão de 15 motoristas (dez prisões temporárias/preventivas e cinco em flagrante), apreensão de cinco caminhões e recuperação de várias cargas. Segundo a investigação, apenas duas das ocorrências (de um universo de mais de trinta) partiram ou tiveram por destino o estado de Goiás. O último motorista e seu comparsa foram presos em Goiânia, na quarta-feira (11), após embarcarem mais uma carga.
Novas medidas cautelares visando ao encerramento do inquérito policial serão pleiteadas em juízo, especialmente em relação ao aplicativo digital e aos receptadores. Os investigados respondem pelos crimes de estelionato, receptação qualificada e associação criminosa. Há ainda cinco investigados foragidos, que seguem sendo procurados. Os prejuízos causados pelos motoristas às empresas vítimas ultrapassam R$ 30 milhões.