Esgoto não é lixo: descarte incorreto causa transtorno às redes coletoras
Goiânia é reconhecida entre as capitais com os melhores índices de atendimento com esgotamento sanitário, abrangendo 93,8% da população. Na capital goiana, são quase 4,5 mil km de redes coletoras, que levam o esgoto dos imóveis até a Estação de Tratamento Dr. Hélio Seixo de Britto, localizada no Setor Goiânia 2. No entanto, no decorrer do transporte desse material, muito mais do que esgoto é encontrado nas redes da Companhia.
Por mês, cerca de 40 toneladas de lixo chegam à ETE Goiânia. Esses resíduos ficam presos no sistema de gradeamento e causam diversos prejuízos operacionais ao longo de todo o processo. Por isso, a Saneago alerta que as redes coletoras não são dimensionadas para receberem lixo. Especialmente nesse período de pandemia, em que as pessoas têm passado mais tempo em casa, o uso correto do sistema de esgotamento sanitário merece atenção.
Papel, pó de café, cotonetes, absorventes, resto de comida e outros resíduos, quando lançados por pias, ralos ou vasos sanitários, podem romper a tubulação, provocando extravasamentos de esgoto nas ruas ou residências – além de aumentar o risco de enchentes e poluição de rios.
Outra prática bastante prejudicial é a interligação indevida e irregular da água de chuva na rede de esgoto, que faz com que o número de extravasamentos aumente consideravelmente no período chuvoso. Por isso, é fundamental que a água da chuva seja sempre escoada por meio das galerias de água pluvial.
É preciso que cada pessoa entenda a própria responsabilidade no descarte de seus resíduos. Mais do que manter o funcionamento adequado do sistema de esgotamento sanitário, essa é uma questão de saúde pública, que impacta na qualidade de vida das pessoas e na preservação do meio ambiente.
Reciclagem
Processos de reciclagem são uma boa saída para minimizar a ocorrência de obstruções nas redes de esgoto. Isso porque, além de evitar o descarte indevido que provoca os extravasamentos, essa alternativa permite ainda a reutilização do resíduo.
É o caso da borra de café, por exemplo, que pode ser aproveitada como adubo para plantas. Ela possui em sua composição uma grande fonte de azoto, que representa um dos principais macronutrientes que compõem o solo e é muito consumido pela maioria das plantas. Além disso, a borra de café é rica em carbono, trazendo bons resultados como fertilizante em flores, a exemplo de rosas e hortênsias.
O descarte correto do óleo de cozinha usado também é essencial para evitar a obstrução das redes de esgoto. Estudos realizados pela Saneago apontaram que 25% dos extravasamentos eram causados pelo descarte indevido de óleo em pias e ralos. Com isso, desde 2012, a Companhia conta com o projeto Olho no Óleo, que já recebeu mais de 510 mil litros de óleo de cozinha usado.
Ao levar o resíduo em uma das unidades de coleta, o cliente recebe uma bonificação na forma de crédito para a próxima fatura. Atualmente, o Programa está em operação nos municípios de Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Cidade de Goiás e Morrinhos. O óleo entregue à Saneago é, então, reciclado, sendo encaminhado para a produção de biodiesel.