Setembro Verde: HGG ressalta importância da doação de órgãos

HGG manteve o fluxo normal de transplantes sem interrupções durante a pandemia, em que vários centros transplantadores do País não conseguiram prosseguir com o serviço Thalita Braga (texto e foto)/Idtech

Você já falou com a sua família sobre doação de órgãos? Muitas vezes, evitamos alguns assuntos, mas este é um que não pode ficar mais para depois. Pela legislação brasileira, a única forma de se tornar um doador de órgãos é avisando a família dessa vontade, para que, em um caso de óbito, os familiares façam a autorização da doação. 

Por isso, informação e diálogo são absolutamente fundamentais, essenciais e necessários neste momento. Durante o Setembro Verde, mês em que todo o País reforça as ações de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos, o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) se junta a esta campanha de amor ao próximo.

Na unidade do Governo de Goiás, o serviço de transplante não parou na pandemia. O médico transplantador e chefe da equipe de transplante de fígado do HGG, Claudemiro Quireze Júnior,  explica que o HGG manteve o fluxo normal de transplantes sem interrupções durante esse período,   em que vários centros transplantadores do País não conseguiram prosseguir com o serviço. “Isso se deu porque temos uma boa estrutura física, profissionais bem preparados, além da orientação da Secretaria de Estado da Saúde para garantir atendimentos essenciais”, pontua.

Selma Martins, 45 anos, recém-transplantada na unidade do Governo de Goiás: "Realização de um sonho”

Recém-transplantada, Selma Martins, 45 anos, conta que esperou por pouco mais de um mês por um transplante renal na rede pública de saúde. “Eu fui ao médico por um problema no estômago, mas durante o atendimento o médico, descobriu que um dos meus rins já estava atrofiado e outro estava com mau funcionamento, daí para chegar na hemodiálise foram apenas seis meses.” Selma afirma que está feliz e se sentindo renovada com o novo órgão. “Foi realização de um sonho, e eu só tenho a agradecer por todo acolhimento que tive dos profissionais do HGG”, afirma.

Nove meses
Quem também recebeu mais qualidade de vida com o transplante renal foi o paciente Alciones Capitanio, de Água Boa (MT), que foi transplantado há nove meses no HGG. Alciones se surpreendeu com a agilidade do processo. “Eu entrei na fila e, com 45 dias, eu fui chamado para fazer o transplante”. 

Ele lembra ainda que foram dois anos difíceis fazendo hemodiálise, que era realizada na cidade de Barra do Garça. “Eram 250 km a cada sessão, estava muito difícil. Foi quando eu decidi tentar aqui em Goiás e graças a Deus deu certo.”

Os transplantes da Selma e do Alciones, assim como outros pacientes do HGG, só foram possíveis graças ao “sim” das famílias que doaram os órgãos do seu ente querido que partiu. Pessoas que, mesmo em um momento de dor, permitiram que outras vidas pudessem serem salvas.  

Pionerismo
O Serviço de Transplantes de Fígado do HGG teve início em 2018 e é chefiado desde então pelo médico Claudemiro Quireze Júnior. O hospital é a única unidade de saúde a fazer esse tipo de procedimento em Goiás e já contabiliza 30 transplantes. “Essa é a maior cirurgia do corpo humano e vem sendo estudada desde 1963. Temos orgulho de sermos pioneiros aqui em Goiás”.

O HGG é referência também no Serviço de Transplante Renal. Implantado no ano de 2017, a unidade de saúde já realizou 566 procedimentos desde então, tornando-se o maior hospital transplantador de rim do Centro-Oeste brasileiro, levando Goiás a ser o décimo Estado em número desse tipo de procedimento, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).