Projeto piloto reabilita sequelados do coronavírus
O projeto piloto Reabilita Goiás, realizado no município de Inhumas, apresentou resultados positivos e deve ser implementado nos demais municípios goianos. De acordo com a superintendente da Escola de Saúde de Goiás, Viviane Leonel Cassimiro, a proposta de ampliação será apresentada para a Comissão Intergestora Bipartite (CIB) – formada por gestores de saúde pública das esferas municipais e estaduais. Caso seja aprovado em CIB, o Reabilita Goiás deve ser implementado para os demais municípios goianos.
O programa tem o objetivo de qualificar as equipes de Atenção Primária e fortalecer a assistência integral à saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas ou limitações provenientes da infecção pelo coronavírus.
A meta da SES-GO é capacitar todas as unidades de saúde da Atenção Primária do Estado de Goiás por meio da Superintendência da Escola de Saúde de Goiás (Sesg), para promover a reabilitação cardiorrespiratória e musculoesquelética de pacientes com sequelas causadas pela Covid-19, bem como o encaminhamento à atenção especializada.
A avaliação final dos pacientes foi realizada no início desta semana em Inhumas e apontou, após testes físicos e de espirometria, que todos tiveram melhora na função pulmonar e na execução de atividades físicas, após a participação no programa. Do total de 30 pessoas habilitadas para participar do projeto, somente cinco conseguiram ir até o final.
“Muitos pacientes que apresentaram melhora nas primeiras semanas abandonaram o tratamento. Isso é muito comum nos tratamentos de reabilitação, porque o paciente procura o curativo, e não o preventivo”, explica a diretora de Distrito Sanitário de Inhumas, Lorrane Martins Silva.
Reabilitação
Esse não foi o caso de Osvaldo Inácio Silva, 69 anos. Acometido pela Covid-19 em julho de 2020, o inhumense dedicou-se com afinco ao programa Reabilita Goiás. “Eu me dediquei à reabilitação da primeira à última semana. Sem faltas e com afinco. E posso afirmar que este projeto foi a melhor coisa que me aconteceu após a Covid-19”, afirma.
Osvaldo conta, com alegria, sobre o acompanhamento da equipe e a execução dos exercícios em casa, por meio das aulas on-line. “Depois que fiquei doente, eu estava desanimado. Falta de ar, cansaço, fadiga atrapalhavam a minha rotina. Achei que seria assim para sempre. Mas após as atividades propostas, eu consegui recuperar minha qualidade de vida e hoje me alimento melhor e vou para minha chácara mais animado.”
O autônomo Enoque Vieira Gonçalves Neto, 40, acredita que o Reabilita Goiás foi uma excelente iniciativa do Governo de Goiás. “Eu gostei muito do apoio dos educadores físicos e fisioterapeutas envolvidos no projeto. Participei durante oito semanas e meu cansaço melhorou. Os exercícios de fisioterapia pulmonar me ajudaram muito, e eu já até ensinei meus pais”, afirma.
A enfermeira Cátia Peter, 49, também ficou satisfeita com os resultados da reabilitação, após ficar 22 dias internada, sendo 14 dias em UTI. “A minha capacidade pulmonar diminuiu por conta da doença. Com a reabilitação, eu já melhorei muito”, afirma.
O comprometimento dos pulmões também foi uma das principais sequelas da Covid-19 em Zanderson Alves de Paula, 40, que teve 40% dos pulmões comprometidos. “Eu sentia muitas dores nos pulmões. Muita falta de ar. Depois que eu comecei o tratamento, as dores sumiram e a falta de ar diminuiu muito.”
Zanderson aprovou o projeto e acredita que deve se ampliado para demais municípios. “Para mim, foi maravilhoso o Reabilita. Quem desistiu, acho que perdeu muito, porque o tratamento é excelente, e os profissionais são muito dedicados”, garante.