Ala de cuidados paliativos do HGG alcança marca de 2 mil atendimentos

No HGG, o Napp é composto por médicos e uma equipe multiprofissional que realizam atendimentos diariamente (Foto: SES-GO)

O Núcleo de Atenção ao Paciente Paliativo (Napp) do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi – HGG, inaugurado em 2016, alcançou em 2021 a marca de 2.200 atendimentos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A ala da unidade do Governo de Goiás é equipada com dez leitos e atende exclusivamente pacientes que enfrentam uma doença grave que ameace a vida, na qual não se tem uma proposta de tratamento modificadora da doença.

Anualmente, no segundo sábado do mês de outubro, é comemorado o Dia Mundial de Cuidados Paliativos, e o tema abordado neste ano é “Não deixe ninguém para trás – equidade no acesso aos cuidados paliativos”. 

De acordo a médica geriatra e coordenadora do Napp, Ana Maria Porto Carvas, o tema mundial deste ano quer mostrar que cuidados paliativos são vitais e por que é necessário garantir que todos tenham acesso a esse cuidado, não importando onde morem, ou qual sua idade ou origem. 

“A campanha deste ano é muito centrada na equidade de cuidados, pois, ao redor do mundo, os cuidados paliativos são muito discrepantes. E, em alguns casos, não existe nenhuma assistência para os pacientes que estão enfrentando doenças graves”, comenta.

Unidade assistencial
Os cuidados paliativos são uma unidade assistencial indicada em qualquer fase do adoecimento, de uma doença grave, onde não se tem mais uma proposta de tratamento curativo, mas muitas vezes tem-se a proposta de tratamento com uma outra abordagem. Normalmente, esses cuidados são utilizados em casos de doenças crônicas, graves e doenças que causam sofrimento. 

“Mas tem uma proposta de tratamento e, à medida que a doença avança, o tratamento para ela vai diminuindo e vão aumentando as necessidades de suporte que, às vezes, não são mais para a doença, mas sim para a pessoa que está doente, para a família que está vivendo esse grande sofrimento de grandes mudanças na vida”, afirma a médica.

Ana Maria enfatiza que não é necessariamente o medo de morrer o que as pessoas próximas ao paciente enfrentam, e sim o medo do sofrimento, de não ter assistência, de não proporcionar os cuidados necessários para aquele familiar que agora enfrenta um momento muito difícil da vida. “São essas imagens que ficam na cabeça daqueles que estão perdendo o seu ente querido. Porque a gente entende, sim, que a morte faz parte da vida, mas o sofrimento, não”, argumenta.

No HGG, o Napp é composto por médicos e uma equipe multiprofissional que realizam atendimentos diariamente a estes pacientes. A equipe também atende e acolhe os familiares desses pacientes que estão internados na unidade de saúde. Segundo Ana Maria, o lema do Napp é garantir da dignidade humana, tendo pessoas cuidando de pessoas. Os cuidados duram até os últimos dias de vida dos pacientes.