Hugol é referência na captação de órgãos no Estado

Equipe do Hugol durante um dos procedimentos de captação de órgãos. (Foto: Edson Freitas)

O Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) é referência estadual na captação de órgãos, tendo sido responsável por aproximadamente 40% das captações do Estado em 2020, de acordo com a Central de Transplantes de Goiás.

Esse resultado foi obtido pela unidade do Governo de Goiás com o auxílio de um processo diário de acolhimento e conscientização de pacientes e familiares. No total, foram 135 órgãos captados pelo hospital em 2020, entre coração, fígado, rins, pâncreas e córneas, destinados para pacientes de Goiás e de outros Estados.

O diretor-geral do hospital, Hélio Ponciano Trevenzol, acredita que o atendimento humanizado é um dos principais fatores para se obter essa alta taxa de consentimento familiar para a doação: “Entendemos que o acolhimento humanizado recebido pelos pacientes e familiares no Hugol contribui para uma maior compreensão e sensibilidade quanto ao tema da doação de órgão, ocasionando em mais chances para salvar vidas.”

O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na substituição de um órgão ou tecido de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto. A doação de alguns órgãos ou tecidos pode ser feita em vida, mas, em geral, uma pessoa se torna doadora m situação de morte encefálica quando autorizado pela família.

A morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e tronco cerebral), provocando, em poucos minutos, a falência de todo o organismo. O Brasil dispõe de uma legislação rigorosa para se chegar ao diagnóstico de morte encefálica: as etapas para esse diagnóstico incluem dois exames clínicos, nos quais serão realizados testes neurológicos, com intervalo de pelo menos uma hora entre o primeiro e segundo exame, feitos por dois médicos capacitados.

Além desses testes clínicos, é feito também um exame complementar (eletroencefalograma, arteriografia cerebral ou doppler transcraniano). Só após a conclusão dessas etapas a morte encefálica é constatada.

“O trabalho que o Hugol realiza envolve toda a equipe, que abraça a cultura da doação de órgãos e consegue executá-la com sucesso na unidade. O fato de toda a equipe acreditar no processo e realizar o acolhimento humanizado dos familiares faz com que estes se sintam mais seguros para realizar a doação”, explica Katiuscia Freitas, gerente de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).