Orquestra Filarmônica de Goiás retoma apresentações presenciais

Maestro Neil Thomson rege a Orquestra Filarmônica de Goiás. Retomada das atividades presenciais, após um ano e sete meses, será marcada pelas obras de Wagner, Enescu, Debussy e Nepomuceno (Foto: Rafaella Pessoa)

A Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG) retoma as apresentações presenciais nesta terça-feira (26), a partir das 20 horas, no Palácio da Música do Centro Cultural Oscar Niemeyer, com entrada franca. A retomada das atividades presenciais, após um ano e sete meses, será marcada pelas obras de Wagner, Enescu, Debussy e Nepomuceno. “Composições que prometem emocionar o público presente”, afirma o maestro Neil Thomson.

Neste período de quase dois anos de pandemia, a Filarmônica precisou de apoio do Governo do Estado para que os músicos continuassem em atividade. Por determinação do governador Ronaldo Caiado, as secretarias de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), Geral da Governadoria (SGG), de Cultura (Secult), Goiás Turismo e a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) realizaram uma força-tarefa para fazer aportes financeiros aos 49 músicos da OFG.

“Esses artistas não tinham apoio nenhum da gestão anterior, que não garantiu a contratação correta deles. Fizemos contratos emergenciais com os músicos, até que fosse assinado o convênio coma Universidade Federal de Goiás. Isso garantiu não só o sustento destes profissionais, mas também a continuidade desse trabalho que nos enche tanto de orgulho”, afirma o governador Ronaldo Caiado.

O secretário-geral de Governo (SGG), Adriano da Rocha Lima, recorda o empenho da atual gestão para regularizar não só situação dos músicos da orquestra, como também de outras áreas que apresentavam contratos irregulares. “Fomos obrigados, judicialmente, a rescindir o contrato com os músicos, devido a irregularidades herdadas da gestão passada e tivemos que empenhar um grande esforço para resgatar toda a Orquestra. Atualmente, todos os músicos estão contratados novamente e recebendo os salários. Além disso, conseguimos pagar integralmente todos os prêmios e valores que estavam pendentes”, explica Rocha Lima.

Ele ainda menciona que a restruturação da Orquestra permitiu integrá-la à Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França e, hoje, os experientes músicos estão tendo contato direto com a nova leva de jovens e promissores músicos que compõem a Orquestra Sinfônica Jovem. “Uma troca de experiências riquíssima para esses jovens talentos”, acrescenta o secretário.

A retomada também é marcada por uma nova gestão da Orquestra, que é realizada pela UFG em parceria com o Governo de Goiás, por meio de convênio entre a Secretaria de Desenvolvimento e Inovação e a Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape).

“Dentro do Basileu França, a Filarmônica integra um núcleo de difusão da cultura e da música. Esses músicos profissionais também atuam na docência, apoiando os processos de ensino-aprendizagem da escola. Eles ministram aulas especiais para os alunos, que chamamos de master class. Isso gera motivação extra para os jovens, que ganham novas perspectivas de crescimento e evolução na carreira”, explica o titular da Sedi, Marcio Cesar Pereira.

Secretário de Cultura, César Moura lembrou as dificuldades do período da pandemia foi complicado para a classe cultural, mas a Filarmônica passou esse tempo com os pagamentos em dia. “Graças à solução encontrada por determinação do governador Ronaldo Caiado. Em dezembro do ano passado, o governo contratou os 49 músicos após serem dispensados com débitos da gestão anterior na ordem de R$ 2,561 milhões, também quitados pela atual gestão, em fevereiro”, afirma.

Fabrício Amaral, presidente da Goiás Turismo, lembra que a Filarmônica de Goiás é uma das mais prestigiadas do Brasil, pois ela contribui com os cenários cultural e turístico do Estado. “É fundamental seu retorno. É motivo de muita alegria ter ajudado nesta retomada. Ela representa muito bem as cores de Goiás. E vamos contribuir com grandes projetos da Orquestra”, revela.

Programa
O programa do concerto desta terça-feira é variado, trazendo temas como alegria e celebração. O início será uma explosão de alto esplendor romântico com a abertura de Wagner ‘Die Meistersinger von Nürnberg’ e, em seguida, um contraste completo com ‘Prélude à l’unisson; do grande compositor romeno George Enescu; um trabalho maravilhosamente calmo e meditativo.

“Encerramos a primeira parte com a deliciosa Petite Suite de Debussy. A obra principal do concerto é a magnífica sinfonia em sol menor de Nepomuceno. A OFG sempre teve um forte compromisso com a música brasileira e esta é realmente a grande Sinfonia Romântica Brasileira”, afirma o maestro Neil Thomson.

Segundo Neil Thomson, o período da pandemia serviu também para refletir sobre questões como que lugar uma orquestra ocupa na sociedade no mundo pós-covid? “Nos últimos 18 meses, vimos como as pessoas se voltaram para a música e as artes em busca de conforto espiritual. E isso nos mostrou que a cultura é realmente uma necessidade, e não um luxo” complementa.

Escola do Futuro em Artes Basileu França
A OFG passa a ter parceria com a Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. Os músicos vão trabalhar lado a lado com os alunos da Orquestra Jovem. O objetivo é ajudar a construir uma conexão duradoura entre os dois grupos. “Meu sonho é que, no futuro, a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG) seja nossa primeira fonte para recrutar novos músicos”, finaliza o maestro Neil Thomson.

Serviço
Concerto: Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG)
Data: 26/10
Horário: 20 horas
Classificação: livre
Local: Palácio da Música – CCON
Entrada franca