Revista Campo destaca conquista do IG do Queijo Cabacinha em Goiás
O trabalho que vem sendo realizado há 10 anos pelo Governo de Goiás por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) para a conquista do registro de Indicação Geográfica (IG) do Queijo Cabacinha nos municípios de Santa Rita do Araguaia, Mineiros, Portelândia e Doverlândia é destaque desta edição da revista Campo.
A publicação destaca o trabalho primoroso da técnica Márcia Maria de Paula, extensionista, engenheira agrônoma, mestra em Planejamento e Desenvolvimento Regional, que há 30 anos transforma a realidade das famílias rurais de Mineiros e região por meio do trabalho que realiza pela Emater.
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Conquista
O Queijo Cabacinha, produzido na região do Sudoeste goiano, agora é Patrimônio Cultural do Estado de Goiás. O reconhecimento ocorreu dia 14 de janeiro, com a sanção da Lei nº 20.963 pelo governador Ronaldo Caiado, conforme publicação no Diário Oficial do Estado. A declaração é um passo importante para a obtenção do registro de Indicação Geográfica (IG), processo que tem sido executado pelos produtores com o apoio do Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), e outras instituições parceiras.
O registro de IG é conferido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a produtos ou serviços que carregam características únicas graças a seu local de origem. Assim, além de preservar as tradições locais, a IG diferencia o produto, melhorando seu acesso ao mercado e impulsionando o desenvolvimento regional. “O reconhecimento do queijo como patrimônio enriquece o nosso dossiê relativo à indicação”, esclarece a engenheira agrônoma da Emater em Mineiros, Márcia Maria de Paula. O trabalho para obtenção do selo começou em 2011, quando representantes do Mapa estiveram no município para a III Festa da Semente e verificaram a existência de um produto típico da região.
Tradição
Produzido há quase um século, o queijo cabacinha é um tipo de muçarela de origem italiana que começou a ser fabricado com leite cru para povos nômades. Ele recebe esse nome por lembrar uma cabaça, em razão do formato adquirido após ser amarrado e pendurado para secar. No Brasil sua produção é registrada em Goiás, em cidades localizadas nas regiões das nascentes do Rio Araguaia, e também no Mato Grosso.
A importância cultural se funde com a relevância econômica do produto. De acordo com Márcia, o queijo é fonte de renda de cerca de 500 agricultores familiares dos municípios de Mineiros, Santa Rita do Araguaia, Portelândia, Doverlândia e Perolândia, em Goiás; e Alto Araguaia, Alto Taquari, Araguainha, Ponte Branca e Alto Garças, em Mato Grosso. A produção é estimada em 60 toneladas por mês, o que representa a geração de R$ 1,8 milhões mensais, considerando o preço de um real o quilo.
Com o título de Patrimônio Cultural, os produtores de Queijo Cabacinha têm garantida a valorização de seu produto e das técnicas de produção. A conquista é fundamental para a preservação da história e da identidade do povo goiano. “Nós vemos com muita alegria esse reconhecimento, que com certeza irá trazer um diferencial enorme para nossa região, para o Estado de Goiás e todo o Brasil”, comemora a profissional.