Hugo realiza mutirão de cirurgias ortopédicas

Ao todo, 35 cirurgiões, nove anestesiologistas, além de uma equipe capacitada de profissionais da enfermagem participam da força-tarefa. Estoques de próteses e órteses, materiais necessários para os procedimentos, foram reforçados (Foto: Julianna Adornelas/Instituto CEM)

Sob nova direção, o Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade de saúde do Governo de Goiás, iniciou, no último domingo (02), uma força-tarefa para reduzir em 100% a fila de pacientes que aguardam por cirurgias ortopédicas no local. No primeiro dia do mutirão, 15 pessoas foram operadas e, nesta segunda-feira (03), outras 36 passaram pelos procedimentos.

A meta da nova Organização Social (OS) que está à frente da unidade é de que o setor de ortopedia opere 150 pacientes ainda nesta semana, com uma média de 30 cirurgias por dia até a próxima sexta-feira (07). Isso é possível porque os estoques de próteses e órteses, materiais necessários para os procedimentos, foram reforçados após o Instituto CEM assumir a administração do Hugo.

De acordo com o médico cirurgião de trauma e quadril e coordenador de ortopedia da unidade, Regis Vieira de Castro, 35 cirurgiões e nove anestesiologistas estão envolvidos no mutirão, além dos demais profissionais, como enfermeiros e técnicos de enfermagem. Para a mobilização, eles estão usando sete, das dez salas do centro cirúrgico do hospital.

Zerar a fila

“O nosso propósito é zerar o número de pacientes que estavam aguardando cirurgia há mais de 30 dias. São usuários com fraturas expostas, politraumatismos, infecção, ou seja, pacientes com característica de urgência, mas que não tinham vazão no centro cirúrgico. Agora, organizamos a logística e aumentamos as equipes. Com essas ações, conseguimos planejar a média de 150 cirurgias até o fim desta semana, e assim vamos desafogar o atendimento”, afirma o médico.

O coordenador da ortopedia ressalta ainda que com o aumento da equipe médica e assistencial do centro cirúrgico, a unidade vai passar a ter mais resolutividade nos casos atendidos. “O nosso objetivo é que o paciente com fratura e perfil de emergência seja operado na hora, e que os demais operem entre 24 e 48 horas após chegarem ao Hugo”, explica Regis.

A primeira beneficiada com o mutirão foi Priscila Aparecida da Silva Ribeiro, de 30 anos. A paciente deu entrada na emergência do Hugo no dia 1º de dezembro do ano passado, vítima de acidente de trânsito. Ela chegou a ficar internada na enfermaria da unidade por 32 dias aguardando a realização da cirurgia. A operação para tratar fraturas no fêmur e na tíbia, ambas na perna direita, ocorreu na manhã de domingo (02).

“Os pacientes estavam muito angustiados aguardando cirurgia. Com a mudança da administração, fui a primeira paciente a operar. O sentimento é de gratidão por ver que o hospital está caminhando. Fico feliz por mim e por todos que também vão operar. O mutirão é uma luz no fim do túnel para quem está aguardando”, conta Priscila.

O cirurgião Marcelo Okubo, especialista em trauma e quadril, relata estar feliz em fazer parte do mutirão do Hugo. “Estou honrado em integrar esta nova equipe da ortopedia da unidade. Nós assumimos o hospital com uma fila de espera para a realização de cirurgias e nós vamos fazer de tudo para conseguir tirar as pessoas dela. Com trabalho e empenho, quem ganha é a população goiana, que não vai ficar muito tempo aguardando uma cirurgia ortopédica”, destaca o médico.

Para o diretor técnico do Hugo, o médico José Fernando Folgosi, a proposta do mutirão é desafogar a unidade. “Nossa expectativa é reerguer o atendimento prestado pelo hospital. Com muito trabalho e esforço, o local vai voltar a ser referência no atendimento de trauma e emergência em Goiás”, conclui o gestor.

História

Inaugurado em 1991, o Hugo é o segundo maior hospital de urgência e emergência de Goiás, e além da assistência, também é uma unidade de ensino, pesquisa e extensão universitária. O hospital tem programas como o de microcirurgia, que realiza procedimentos de reconstituição de órgãos, reparação cirúrgica e reconstrução de membros inferiores, superiores, da face e até reimplantes. No local há 381 leitos para internação, sendo 56 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e um centro cirúrgico com dez salas em funcionamento.