Janeiro Roxo: HDT reforça mobilização e conscientização sobre hanseníase
O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade do Governo de Goiás administrada pelo pela organização social Instituto Sócrates Guanaes (ISG), tem promovido uma série de ações em alusão ao Janeiro Roxo – campanha nacional de combate à hanseníase.
Além de decoração no ambulatório, com as cores temas da campanha, uma equipe formada por residentes distribuiu aos colaboradores, pacientes e acompanhantes uma série de informativos que tratam dos aspectos gerais da hanseníase, dando detalhes acerca da doença, suas causas e principais formas de prevenção.
Segundo a dermatologista da unidade, Mayra Ianhez, a hanseníase ainda pode ser considerada uma doença estigmatizada. “A intenção em debater o tema e aderir à campanha Janeiro Roxo é de enfatizar sobre estigma e discriminação da doença, sobre o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno como forma de eliminar fontes de infecção e interromper a cadeia de transmissão da doença”, explica.
“A abordagem frente à avaliação de incapacidade física é outro ponto fundamental, já que a hanseníase tem alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, que são um dos principais responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas que têm ou tiveram a doença”, acrescenta a médica.
Mayra Ianhez destaca ainda que HDT tem sido uma das unidades pioneiras em Goiás no desenvolvimento de pesquisas sobre a doença. “O Brasil ocupa o segundo lugar na relação de países com maior número de casos de hanseníase no mundo, atrás apenas da Índia, e o Centro-Oeste é responsável por grande parte desses casos. Partindo dessa ótica, o HDT tem feito sua parte, desenvolvendo várias pesquisas que nos dão novas perspectivas de tratamento das reações hansênicas”, diz ainda.
Para a diretora técnica do HDT, Karine Borges de Medeiros, ações como essa têm como foco a mobilização da sociedade e dos profissionais de saúde no combate a doenças consideradas endêmicas.
“A hanseníase é considerada uma doença endêmica – se manifesta com frequência em determinada região, mas tem um número de casos esperado – e, portanto, é necessário alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde e mobilizar profissionais de saúde na busca ativa de casos, favorecendo assim, o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades”, ponderou a diretora.
Sobre a doença
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade, que atinge pele e nervos de pessoas de qualquer sexo e idade. Quando não tratada, pode causar incapacidades físicas e deformidades. A transmissão se dá por meio de vias aéreas respiratórias e no convívio prolongado com paciente sem o tratamento.
Os principais sinais e sintomas da hanseníase são: lesões ou manchas na pele (esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas) com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato); formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência (a pessoa se queima ou se machuca sem perceber); áreas com diminuição dos pelos e do suor; diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés; edema de mãos e pés, com arroxeamento dos dedos e ressecamento da pele.
Igor Guimarães (texto e foto)/ISG