Hospital Centro-Norte passa a realizar cirurgia torácica pediátrica

Outro diferencial importante realizado aos pacientes infantis no HCN é alta humanizada. Nessa iniciativa, os pequenos são fantasiados com roupas inspiradas nos seus personagens de desenhos ou super-heróis favoritos, brincam e celebram com a família e os colaboradores do complexo esse momento tão importante

O Hospital Estadual Centro-Norte Goiano (HCN), localizado em Uruaçu, conseguiu implementar um serviço cirúrgico realizado pela primeira vez na região, para atender a casos de alta complexidade de pacientes infantis. Apenas em abril deste ano, três crianças tiveram alta após serem submetidas ao procedimento de cirurgia torácica.

Um dos pacientes passou por uma intervenção comum, enquanto outros dois foram operados por meio de videocirurgias com alta tecnologia, método minimamente invasivo e que proporciona um pós-operatório mais rápido.

Em todas as três situações, as crianças chegaram ao complexo hospitalar com o diagnóstico de pneumonia e tiveram complicações graves devido à doença. No caso do paciente Lucas Daniel, que tem menos de 2 anos, o quadro era considerado muito grave.

Ao chegar ao HCN, em 1º de fevereiro, por meio de transferência de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), foi necessário que ele ficasse 55 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica. No Hospital de Uruaçu, o pequeno recebeu todos os cuidados necessários.

“O Lucas recebeu quase um mês de ventilação mecânica e precisou de muitos cuidados, que envolveram toda a equipe multiprofissional. Depois da extubação, ele acabou ficando desnutrido, devido ao tempo de internação na UTI e por causa da patologia. Aos poucos, implementamos a dieta enteral, por meio de sonda, e conseguimos fazer a recuperação nutricional, acompanhada por nutricionistas do HCN, até que chegamos ao ponto que, com o trabalho da fonoaudióloga, ele voltou a mamar pela boca e a comer, ganhando peso”, destacou o intensivista Emerson Bassoli.

Logo quando chegou à unidade, seu quadro apresentava diversas complicações, como derrame pleural e fístula broncopleural, entre outros problemas de saúde. Por isso, além da cirurgia torácica, foram necessários outros procedimentos. “A fístula, conseguimos manejar por meio de aspiração contínua, e ela foi fechada. Logo após a melhora, conseguimos dar alta para o ‘Luquinha’, como carinhosamente passou a ser chamado”, explicou a médica cirurgiã, Kelly Vitallino,

Outros casos
Outra situação bem-sucedida ocorreu com a pequena Maria Cecília, de 3 anos, que chegou à unidade com pneumonia grave e algumas complicações próprias da doença. No complexo, ela foi submetida à videocirurgia de alta tecnologia, para que pudesse se recuperar. “Neste caso, o procedimento foi necessário para fazer com que o pulmão dela ventilasse corretamente”, ressalta a cirurgiã.

Esse procedimento cirúrgico é considerado de excelência, pois coloca a alta tecnologia a serviço da eficiência no tratamento dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), algo até então inédito no interior do Estado.

A técnica com videocirurgia também foi utilizada no caso do paciente Juan Emanuel, 4 anos. Com o mesmo diagnóstico, o pequeno foi mais uma criança recuperada na unidade, graças à utilização de procedimentos de alto padrão e tecnologia de ponta, somados ao empenho da equipe multiprofissional do hospital.

“Além da estrutura invejável que o HCN tem como hospital terciário, outro diferencial é o constate e ostensivo esforço pela excelência no atendimento com técnica humanizada dos profissionais. Há também o contínuo e intensivo treinamento da equipe multiprofissional, para reforçar habilidades necessárias no atendimento desse perfil de paciente com alta complexidade”, reforça Bassoli.

Alta humanizada
Outro diferencial importante realizado aos pacientes infantis no HCN é alta humanizada. Nessa iniciativa, os pequenos são fantasiados com roupas inspiradas nos seus personagens de desenhos ou super-heróis favoritos, brincam e celebram com a família e os colaboradores do complexo esse momento tão importante.

A iniciativa propõe a valorização do contexto humano, pois busca incentivar os pequenos na superação das aflições e traumas que possam ter surgido no decorrer da internação, já que, muitas vezes, essa situação pode causar medo aos pacientes e seus familiares, que ficam ainda mais apreensivos quando se trata da hospitalização de crianças. O pequeno Lucas (foto), por exemplo, se vestiu de Mickey Mouse e celebrou, com a mãe e equipe do HCN, sua recuperação e saída do hospital.

Em março passado, o HCN completou cem dias e chegou à marca de mais de 574 procedimentos cirúrgicos realizados, em sua maioria de urgências ortopédicas/trauma, além de videocirurgias torácicas e intervenções comuns vasculares e outras gerais, de acordo a direção da unidade. Algo também inédito até então no interior do Estado.

“Esses números vão ser ainda melhores até o final deste ano, pois estamos constantemente implementando novas tecnologias, especialidades e serviços. Sem dúvida, estamos conseguindo atender à estratégia do Estado de Goiás de inverter o fluxo de atendimento e regionalizar a saúde, levando assistência de alta qualidade aos munícipes do interior e de outras regiões”, explica Getro de Oliveira Pádua, diretor do Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), organização social que administra o HCN.

Wandy Ribeiro (texto e foto)/Imed