Força-tarefa executa segunda fase da Operação a Grande Família do Crime

As diligências resultaram na apreensão de grande quantia em dinheiro, carros de luxo, armas de fogoalém de alimentos (arroz e feijão), possivelmente oriundos de subtrações de cargas (Foto: Divulgação)

Ação tem como alvo uma organização criminosa, suspeita de receptar cargas alimentícias roubadas e comercializar em supermercados da capital. Ao todo, cinco pessoas já foram presas durante a investigação. Cumpriram-se 12 mandados de busca e apreensão em galpões e imóveis residenciais

Um homem foi preso em flagrante na manhã desta quinta-feira (8/04), durante a segunda fase da operação “A Grande Família do Crime”. A ação integrada entre a Polícia Civil de Goiás, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Secretaria de Economia do Estado, teve como alvo uma organização criminosa, suspeita de receptação e lavagem de dinheiro. Segundo a apuração, o grupo, liderado por integrantes de uma mesma família, atuava na comercialização de cargas alimentícias roubadas em supermercados de Goiânia.

Durante a segunda etapa da operação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais, galpões e imóveis residenciais localizados na capital e em outros municípios goianos. As diligências resultaram na apreensão de grande quantia em dinheiro, carros e camionetes de alto valor, armas de fogo, inclusive de uso restrito, além de alimentos (arroz e feijão), possivelmente oriundos de subtrações de cargas. O indivíduo preso foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

Apuração

A primeira fase da operação foi deflagrada em 2019. Na ocasião, quatro empresários do ramo de supermercados foram presos, suspeitos de integrar o grupo. De acordo com o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), Alexandre Bruno Barros, inicialmente acreditava se tratar de uma associação criminosa. Contudo, durante o trabalho de apuração, os policiais descobriram que na verdade seria uma organização criminosa, com participação de ao menos 10 pessoas.

As cargas receptadas eram provenientes de roubos em São Paulo e Minas Gerais, onde também era feita a coordenação das atividades ilícitas. “Todos com papel bem delimitado, no núcleo operacional, no núcleo financeiro. São quatro pessoas da mesma família, pai, dois filhos e um primo. As outras pessoas ligadas com convívio pessoal, inclusive essas que tinham as armas em depósito”, pontuou.

Estima-se que a organização criminosa tenha causado prejuízo em torno de R$ 25 milhões às vítimas. Além disso, foi constatado o valor de R$ 20 milhões, somente referentes a sonegação fiscal neste ano. A previsão é de que outros integrantes do grupo sejam presos nos próximos dias. “Nós conseguimos desvelar tudo isso, prendemos quatro e agora com a busca e apreensão em seus endereços, identificamos os demais, com possíveis prisões preventivas deles”, ressaltou o delegado. Os estabelecimentos comerciais, onde os crimes eram praticados, tiveram as atividades suspensas. O Superintendente Executivo da PRF em Goiás, Luiz Fernando Sanches, destacou a importante atuação conjunta entre as forças policiais do Estado, que tem conseguido desarticular grupos criminosos e trazer maior segurança às rodovias. “Existe uma integração, de uma força-tarefa contínua e permanente, onde nós conseguimos desbaratar cadeias criminosas. Essa é a segunda fase da operação, dessa vez conseguimos atingir as lideranças e não vai parar por aqui”, enfatizou.