Na contramão da retração nacional, comércio goiano cresce na pandemia
O número de empresas no comércio em Goiás cresceu 1,4% em 2020, o primeiro ano da pandemia, enquanto que, no comércio brasileiro, a queda na quantidade de empresas foi recorde (-7,4%), em relação a 2019.
Em meio às medidas de restrição em razão do cenário pandêmico, em Goiás, houve aumento de 0,73% no número de empregados no setor, contra retração média brasileira de 4%. Os dados são da Pesquisa Anual de Comércio (PAC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (17/08).
Goiás fechou 2020 com 66,7 mil empresas no setor de comércio, ocupando o 8º lugar no Brasil, um acréscimo, portanto, de 1,4% em relação a 2019, quando o estado somava 65,8 mil empresas. Já o número de pessoas empregadas no comércio saltou de 333,6 mil para 339 mil.
“Os números revelam que, mesmo diante das adversidades da pandemia e das medidas impostas, nosso estado cresceu”, afirma o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Joel de Sant’Anna Braga.
Entre as ações que criaram esse cenário positivo em Goiás, apesar da pandemia, o secretário da Retomada César Moura aponta o programa Mais Crédito, que deu um suporte para micro e pequenas empresas goianas já no ano de 2020.
“Oferecemos linhas de crédito com foco na recuperação e no fôlego nas contas dos pequenos negócios, pois são eles que garantem a maioria dos empregos no Estado. O programa também ofereceu negociação de dívidas, consultoria financeira e de planejamento, visando o estímulo do empreendedorismo”, comenta.
Empresas e ocupação
O levantamento mostra ainda destaque para o setor de comércio por atacado, cujo total de empresas saltou de 8.939 para 11.546, um aumento de 29,2%. Neste mesmo ramo, o número de pessoal ocupado saltou de 59.525, em 2019, para 67.990, em 2020, uma variação de 14,2%.
No comércio de veículos, peças e motocicletas, o quantitativo de empregados passou de 37.580, em 2019, para 40.111, em 2020, com variação de 6,7%.
Os dados da pesquisa apontam, também, que em 2020 houve aumento nos gastos com salários, retiradas e outras remunerações nas empresas do comércio goiano, com somatória de R$ 7,6 bilhões e aumento de 2% em relação ao ano anterior.
Para a economista Juliana Borges, do Instituto Mauro Borges (IMB), as estatísticas mostram que Goiás criou condições melhores para enfrentar o impacto da pandemia, mesmo no setor do comércio que foi fortemente afetado pelas medidas de isolamento. “Verificamos isso nos bons indicadores econômicos, com registro positivo tanto na quantidade de empresas comerciais ativas, quanto no pessoal ocupado no Estado”, reforça.