Hemocentro Coordenador promove primeira semana sobre hemofilia

Cerca de 600 pacientes com hemofilia são atendidos pelo Hemocentro nas unidades de Goiânia e Rio Verde. Os pacientes dispõem de equipe multidisciplinar preparada para promover atendimento humanizado e individualizado (Foto: Divulgação)

Dessa segunda-feira, 12, a sexta-feira, 12 de abril, o Hemocentro Coordenador Professor Nion Albernaz promove a 1ª Semana Goiana de Conscientização da Hemofilia de Goiás. O evento é alusivo ao Dia Mundial da Hemofilia, celebrado em 17 de abril. 

Inédita no Estado de Goiás, a ação tem como objetivo levar informação sobre a doença à população. Durante a semana, serão realizadas ações de conscientização, como doação de sangue. O evento contará com o apoio da Associação dos Hemofílicos do Estado de Goiás.

Em parceria com a 1ª Semana Goiana de Conscientização da Hemofilia de Goiás, haverá, na sexta-feira, 16, uma força-tarefa de várias entidades para doação de sangue no Hemocentro Coordenador e demais unidades da Hemorrede Pública de Goiás. 

Participarão desse movimento a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar, Polícia Civil, Detran, Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), Guarda Civil Metropolitana e Agência Prisional.

Genético e hereditário
A hemofilia é um distúrbio hemorrágico genético e hereditário ligado ao cromossomo X, que afeta principalmente pessoas do sexo masculino e é caracterizado pela deficiência de uma proteína da coagulação sanguínea. 

O Hemocentro Coordenador é referência em Goiás para o tratamento de pacientes diagnosticados com coagulopatias, incluindo a hemofilia. O Hemocentro Regional de Rio Verde também dispõe de serviço ambulatorial para o tratamento dessa doença.

Cerca de 600 pacientes com hemofilia são atendidos pelo Hemocentro nas unidades de Goiânia e Rio Verde. Os pacientes dispõem de equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, psicólogo, nutricionista, fisioterapeutas, farmacêuticos, assistentes sociais e um laboratório especializado) preparada para promover atendimento humanizado e orientações sobre a condução do tratamento de forma individualizada.

A médica hematologista do Hemocentro Maria Amoreli afirma que a pessoa com hemofilia apresenta baixa atividade do fator VIII ou fator IX. Pessoas com deficiência de atividade do Fator VIII têm hemofilia A, enquanto aquelas com deficiência de atividade do Fator IX têm hemofilia B, prejudicando a formação de coágulos e, por esse motivo, os sangramentos demoram muito mais tempo para serem controlados.

“Os sinais de hemofilia A e B são os mesmos: manifestações hemorrágicas, com sangramento nos músculos e articulações (hemartroses), sangramento espontâneo ou após traumas em órgãos internos, sangramento prolongado após corte, remoção de dente ou cirurgia, sangramento por um longo tempo após um acidente”, aponta a médica. 

“O sangramento em uma articulação ou músculo causa dor ou inchaço, rigidez e dificuldade em usar uma articulação ou músculo. Alguns sangramentos podem ser muito graves”, diz ainda a hematologista do Hemocentro.

Tratamento
De acordo com Maria Amoreli, o tratamento da hemofilia é feito com a aplicação de concentrados do fator deficiente purificado, de alto custo, por via endovenosa. O tratamento pode ser sob demanda, em caso de sangramentos, ou profilaxia (para evitar sangramento). 

O Ministério da Saúde é responsável pela compra dos medicamentos e sua distribuição. Em Goiás, o paciente recebe o medicamento forma gratuita do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Hemocentro

O Hemocentro Coordenador recebe por mês, em média, 3 mil frascos de medicamentos de fatores de coagulação para tratamento de hemofilia A e hemofilia B. O custo médio mensal das dispensações dos fatores em Goiás é em torno de R$ 2,8 milhões. 

De acordo com a gerente de assistência farmacêutica do Hemocentro, Danúbia Franco, a reposição do fator de coagulação deficiente é feita de forma endovenosa. “Os pacientes são estimulados e treinados para realizar as infusões em domicílio, pois em intercorrências com sangramentos, o fator de coagulação deve ser aplicado o mais rápido possível”, explica. 

“Os medicamentos são termolábeis e precisam ser armazenados em geladeira. São repassados aos pacientes e seus cuidadores a forma adequada de conservação e os cuidados de higiene no transporte, no preparo da medicação, além de orientações sobre a forma adequada de descartar o material perfurocortante utilizado, como seringas, agulhas e escalpes”, acrescenta.