Extração de pequi cresce 8,1% em Goiás

Pequi: Damianópolis lidera ranking de extração em municípios goianos (Foto: Enio Tavares)

Damianópolis, Santa Terezinha de Goiás, Sítio d’Abadia, Campos Verdes e Crixás lideraram a extração de pequi no ano passado em Goiás. A extração do fruto no Estado totalizou 2,7 mil toneladas, alta de 8,1% na comparação com 2020. Os números integram a Pesquisa da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS 2021), divulgada nesta quinta-feira (29/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O pequi tem um peso enorme no extrativismo goiano: responde sozinho por 96,7% do volume total de produtos alimentícios extraídos. Isso quer dizer que além da importância cultural e gastronômica, é um produto que gera renda para as famílias goianas”, destaca o superintendente (em exercício) de Produção Rural Sustentável da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Ricardo Carneiro. Segundo a PEVS 2021, a extração de pequi gerou R$ 3,8 milhões em valor de produção no período em Goiás.

A Pesquisa da Extração Vegetal e Silvicultura também mostra que a extração de produtos alimentícios cresceu 8,5% no ano passado e chegou a 2,8 mil toneladas no Estado. Além do pequi, as quantidades extraídas de palmito e de “outros produtos” também aumentaram: 16,7% e 25,4%, respectivamente.

Silvicultura

No segmento de silvicultura, os destaques goianos foram o carvão vegetal e a madeira em tora. Em 2021, a produção estadual de carvão vegetal cresceu 40,6% em relação a 2020. Foram 4,2 mil toneladas em 2021 contra 3,0 mil toneladas em 2020. Itarumã, São João d’Aliança, Ipameri, Três Ranchos e Caçu ocuparam as primeiras posições no ranking de municípios goianos.

No caso da madeira em tora, a produção atingiu 612,7 mil toneladas em Goiás, o que representou alta de 1,8% frente a 2020. Ipameri, Catalão, Campo Alegre de Goiás, Abadiânia e Faina lideraram o ranking goiano de maiores produtores.

O valor da produção da silvicultura goiana foi de R$ 312,8 milhões em 2021. A produção de lenha seguiu respondendo pela maior parte do valor de produção (58,5%). Na sequência vieram a madeira em tora (39,6%) e o carvão vegetal (1,8%).

Pequi sem espinho

A Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) prepara o lançamento comercial de seis cultivares de pequi para novembro deste ano. Três destas variedades não têm espinho, uma novidade que promete fazer sucesso junto ao consumidor. “Esse lançamento é resultado de mais de duas décadas de pesquisas públicas e está alinhado à missão da Emater, de entregar resultados acessíveis e de valor ao agricultor familiar, além de garantir a distribuição de material de excelente qualidade e que alcance de forma democrática produtores e consumidores finais”, afirma o presidente da Agência, Pedro Leonardo Rezende.

O lançamento das novas variedades de pequi é a ponta visível de um trabalho de 25 anos dos pesquisadores Elainy Botelho, Ailton Pereira e Sidney Cunha Andere, da Emater, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo a agência, os produtos foram desenvolvidos com objetivo de atender tanto o comércio, com o chamado pequi de mesa, que possui caroços menores, quanto a indústria, com caroços maiores e polpa mais carnuda para a extração.