Mau uso da rede coletora eleva risco de vazamento de esgoto durante as chuvas

Saneago e BRK alertam moradores de Aparecida de Goiânia sobre lançamento indevido de lixo e água pluvial na rede, que podem aumentar extravasamentos e entupimentos em até 70% (Fotos: Saneago)

A chegada do período chuvoso traz um alerta da Saneago e da BRK, empresa subdelegatária para a gestão do esgotamento sanitário e execução de obras em Aparecida de Goiânia, para os moradores da cidade: a possibilidade de aumento dos casos de vazamento e entupimento das redes de esgoto em até 70%. Os transtornos ocorrem em função da interligação da água pluvial às redes de domicílios, estabelecimentos comerciais e indústrias, aliada ao lançamento indevido de lixo.

Para se ter uma ideia, somente de janeiro a setembro deste ano, 2.503 registros de atendimentos foram feitos em Aparecida de Goiânia, com solicitações de reparo de vazamentos de esgoto. Em cerca de 90% destes casos, as obstruções ocorreram por causa do lançamento indevido de lixo e água pluvial para a rede. O período chuvoso agrava o problema, pois os resíduos que não poderiam ser descartados se juntam à água da chuva, que também não deve ser lançada na tubulação.

Com o objetivo de alertar os clientes sobre os danos causados por este tipo de hábito, a Saneago disponibilizou em seu site uma série de informações a respeito do assunto. Além disso, nos próximos meses, a estatal e a BRK também vão veicular campanhas publicitárias nos meios de comunicação locais, para orientar a população sobre o uso correto da rede.

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“A prática de direcionar a água da chuva para a rede coletora de esgoto sobrecarrega o sistema e colabora para o retorno dos efluentes em vias públicas, nas residências e nos comércios pelos ralos e vasos sanitários, além de interferir nas atividades das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs)”, explica a coordenadora de Operação e Manutenção da BRK em Aparecida de Goiânia, Débora Muniz. Ela esclarece que as ETEs são projetadas para receber um certo volume de esgoto e, caso a água da chuva siga para o tratamento, pode ocorrer o aumento desproporcional da vazão, o que gera dificuldades no processo.

Vilões

Embora a rede coletora seja projetada para receber apenas 1% de sólidos e 99% de material líquido, as equipes retiram uma infinidade de objetos da tubulação. No ano passado, mais de 400 toneladas de lixo e areia foram removidas das ETEs e Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs) de Aparecida de Goiânia. Dentro de um imóvel, estão conectados à rede de esgoto o vaso sanitário, as pias, os lavatórios da cozinha e do banheiro e o ralo do chuveiro, locais que deveriam receber apenas a água usada nessas atividades, mas que acabam recebendo grande quantidade de lixo. “Entre os itens que já encontramos estão máscaras, absorventes, roupas, lençóis, entulhos de construção e até pneus”, aponta Débora Muniz.

Diariamente, os operadores das ETEs recolhem o lixo que chega às estações. O resíduo é separado no primeiro processo, chamado gradeamento, e depois encaminhado ao aterro sanitário. Porém, o problema ocorre antes mesmo da chegada do lixo às ETEs. Durante o percurso na tubulação, esse material pode obstruir a rede de esgoto e até rompê-la, causando os vazamentos. A Saneago e a BRK chamam a atenção, de forma especial, para dois itens frequentemente descartados nos ralos, e que são os grandes vilões dos entupimentos: as sobras de óleo e os fios de cabelo, que, quando acumulados criam uma espécie de barreira, impedindo o fluxo natural do esgoto.

Cuidados

Para prevenir os problemas, as equipes da BRK realizam manutenções periódicas nas redes de Aparecida de Goiânia, por meio da limpeza sistemática e do uso de tecnologias que desobstruem a passagem do esgoto. Com este trabalho, é possível retirar das tubulações resíduos sólidos descartados e identificar de forma antecipada situações como o acúmulo de gordura, evitando entupimentos e vazamentos.

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De janeiro a setembro deste ano, a empresa executou a limpeza preventiva em 680 quilômetros de rede coletora de esgoto da cidade. No entanto, a colaboração da população é fundamental. “Basta levar em consideração esta dica: embalagens, materiais sólidos, óleo ou fios de cabelo não devem ser descartados na rede de esgoto. O lixo deve ser jogado no lixo. Já a água da chuva não deve ser destinada para os ralos”, reforça a coordenadora Débora Muniz.

Outra ação importante por parte da população é buscar os Canais de Relacionamento com o Cliente da Saneago, sempre que um problema na rede de esgoto for detectado. As solicitações de serviço podem ser feitas por meio do telefone 0800 645 0115, pelo WhatsApp, no número (62) 3269-9115, que atende 24 horas por dia, sete dias por semana, bem como pelo site da Saneago , pelos perfis da companhia nas redes sociais (Instagram, Facebook e Twitter) e pelo aplicativo de celular Portal Expresso, uma versão digital do Vapt Vupt disponível para Android e IOS.