Seduc inclui discussão sobre saúde mental em currículo do Ensino Médio

Prevista pela BNCC e presente nas três séries do Ensino Médio, a disciplina Projeto de Vida visa contribuir, fortalecer e apoiar o estudante em suas escolhas pessoais, sociais e profissionais (Foto:  Getty Images / Lucas Silva / Guia Do Estudante/Reprodução)

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em parceria com o Instituto Anima e a Zurich Foundation, lançou nesta semana o programa “Projeto de Vida e Temática da Saúde Mental nas Juventudes”. Voltado aos educadores que atuam no Ensino Médio, o projeto busca fortalecer a compreensão destes profissionais sobre as competências socioemocionais e a saúde mental, preparando-os para a atuação no componente curricular Projeto de Vida.

Prevista pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e presente nas três séries do Ensino Médio, a disciplina Projeto de Vida visa contribuir, fortalecer e apoiar o estudante em suas escolhas pessoais, sociais e profissionais. Para isso, o componente curricular inclui atividades de autoconhecimento, participação social, cidadania e desenvolvimento das competências socioemocionais.

A intenção é que os educadores possam compreender melhor suas próprias emoções e conheçam estratégias e metodologias para desenvolver as competências socioemocionais dos estudantes. “A gente ensina o que a gente é”, ressalta o presidente do Instituto Anima, Daniel Castanho, sobre o foco na formação dos professores.

O programa inclui 22 trilhas do conhecimento, desenhadas em cinco campos de habilidades socioemocionais, que podem ser percorridas de forma autônoma pelos professores e estudantes. Dentre as competências exploradas estão autoconsciência, autogestão, relacionamento interpessoal e comunicação não violenta.

Para a secretária de educação de Goiás, Fátima Gavioli, a ação chega em momento certo, já que a saúde mental se tornou assunto ainda mais relevante dentro das escolas após a pandemia. “Essa é uma ação que visa ajudar, apoiar e até mesmo curar dores e medos criados ou ampliados pela pandemia”, afirma Gavioli.

A secretária expôs ainda a necessidade de ensinar aos jovens a expressar suas emoções de forma não violenta. “A escola não pode ser um lugar de violência, um lugar de agressão verbal ou física. Por isso, estamos trabalhando junto com o Instituto Anima para garantir que a gente consiga combater esse problema”, conclui.

Projeto-piloto

Neste ano, professores da rede pública estadual de ensino participaram de encontros que compõem o piloto do programa. Além das formações, o Instituto Anima e a Zurich Foundation promoveram um ciclo de palestras sobre saúde emocional e mental para os servidores da secretaria, no qual especialistas falaram sobre o bem-estar no ambiente de trabalho. Em 2023, o projeto pretende alcançar 264 mil jovens do Ensino Médio matriculados em escolas de tempo regular, além de 1.434 professores e 690 gestores da rede estadual.

De acordo com a diretora do Instituto Anima, Daniele Paz, a escolha de Goiás para as ações e para a implantação pioneira do programa se deu em razão da posição de destaque do Estado no âmbito da educação. “Goiás vem sendo, nos últimos anos, uma referência no Ensino Médio, que é a etapa mais desafiadora em termos de proficiência, de engajamento e da própria transição dos alunos do Fundamental para o Médio”.