Taxa de evasão escolar cai quase 50%

O levantamento, realizado com base no número de matrículas, indica a quantidade de alunos da rede que não solicitaram a transferência e nem renovaram a matrícula nas escolas da rede estadual

O número de estudantes evadidos da Rede Estadual de Educação apresentou queda pelo segundo ano seguido, conforme indica levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc). De acordo com os dados, a redução na taxa foi de 47,5%, o que representa que o índice caiu de 68.063, registrado em 2019 e 2020, para 35.696, verificado em 2020 e 2021.

O levantamento, realizado com base no número de matrículas, indica a quantidade de alunos da rede que não solicitaram a transferência e nem renovaram a matrícula nas escolas da rede estadual. Conforme explica a gerente de Avaliação da Rede Estadual e Estatísticas Educacionais da Seduc, Márcia Maria de Carvalho Pereira, isso significa que o estudante optou por não dar continuidade aos estudos e deixou de frequentar a escola.

Evasão escolar X Abandono escolar

Sala de aula vazia no Colégio Estadual Professor Heli Alves Ferreira, em Anápolis

“Evasão escolar e abandono escolar são indicadores diferentes. O abandono escolar, que é avaliado pelo Censo Escolar, ocorre quando o aluno deixa de frequentar as aulas durante o ano letivo e retorna no ano seguinte”, explica Márcia. “Evasão escolar se configura quando o aluno que estava na rede o ano passado não fez matrícula para o atual, e nem solicitou a transferência para uma outra escola ”, esclarece a gerente. Segundo ela, acompanhar esses dois indicadores de rendimento é importante para que o Estado possa redefinir as suas ações e desenvolver estratégias para a melhoria do acesso à Educação Básica.

Esse é o segundo ano em que a rede pública estadual apresenta redução na taxa de evasão escolar. Entre 2018 e 2019, o percentual de evadidos correspondia a 18,8%, caindo para 16,4% entre os anos de 2019 e 2020.

Busca ativa

Para Márcia Carvalho, a redução da evasão escolar em Goiás tem relação direta com as ações de busca ativa promovidas ao longo dos últimos anos. Em 2020, mesmo diante da pandemia de Covid-19 e com a consequente suspensão das aulas presenciais, os profissionais da Educação desenvolveram estratégias para garantir a permanência dos estudantes na escola.

Em março do ano passado, a Seduc lançou o Painel de Monitoramento. A iniciativa, que conta com a participação dos tutores educacionais, consiste em um levantamento periódico da frequência dos estudantes e do acesso deles às aulas não presenciais. Com base nos dados, as equipes escolares são orientadas a entrar em contato com os alunos ausentes há mais de 14 dias para conscientizá-los sobre a importância de continuar realizando as atividades escolares.

Entrega de kits de alimentação combate evasão escolar

Entrega de kit de alimentação em escola estadual de Goiânia combate evasão escolar

A entrega dos kits de alimentação, distribuídos pelo Governo de Goiás aos matriculados na rede estadual, também tem sido um momento oportuno para a realização da busca ativa aos alunos ausentes. Durante a entrega presencial dos kits, as equipes pedagógicas questionam os pais sobre a participação dos estudantes nas aulas e ofertam as atividades impressas, caso seja identificada a ausência de acesso à Internet.

A superintendente de Organização e Atendimento Educacional da Seduc, Patrícia de Morais Coutinho, justifica que, para os casos em que as ações da escola não surtiram efeito, a alternativa tem sido a parceria com os Conselhos Tutelares.

“No momento em que a escola identifica que o aluno está com baixa frequência ou deixou de frequentar, o gestor da escola entra em contato com o Conselho Tutelar. Isso depois de ele ter feito todas as ações: contato por telefone; ir até a casa do estudante, procurar a família”, pontua a superintendente.