Operação Hipócrates investiga corrupção no sistema de regulação médica estadual

Durante a investigação, se descobriu que pessoas estavam pagando a operadores do sistema de regulação até R$ 5.000,00 para que fossem incluídas indevidamente na fila de regulação médica (Foto: Polícia Civil)

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), deflagrou, na manhã desta quinta-feira (09), a Operação Hipócrates. Foram cumpridos 22 mandados judiciais: cinco de prisão temporária, de busca e apreensão e de afastamento cautelar das funções públicas.

A Polícia investiga a prática de fraudes e de corrupção no sistema de regulação médica estadual. Durante a investigação, se descobriu que pessoas estavam pagando a operadores do sistema de regulação até R$ 5.000,00 para que fossem incluídas indevidamente na fila de regulação médica e “pulassem” a prioridade.

Sobrecarga no sistema

A fraude era para cirurgias eletivas, consultas médicas, exames e internações a serem custeados pelo serviço público de saúde, causando a sobrecarga nas vagas das unidades hospitalares, em prejuízo daqueles que de fato necessitam realizar os procedimentos médicos.

O delegado responsável pelas investigações, Danilo Victor, afirma que foram recolhidos documentos, encaminhamentos e que a Polícia Civil segue com o trabalho. “Vamos buscar entender como essas pessoas que não eram vinculadas a nenhum serviço de saúde estadual, nem municipal, conseguiram ter acesso ao sistema”, frisa o delegado.

Procedimentos estéticos

Segundo ele, a maioria dos casos se refere a procedimentos cirúrgicos para fins meramente estéticos. Suspeita-se que, só nos últimos seis meses, apenas um operador tenha feito mais de 1.900 inserções fraudulentas no sistema de regulação médica estadual.

O delegado-geral da Polícia Civil, André Ganga, reforçou o compromisso no combate a corrupção. “Nós teremos operações cada vez mais constantes neste sentido. Esta é uma orientação do governador Ronaldo Caiado e do secretário de Segurança Pública, Renato Brum, para que o combate a corrupção seja ainda mais efetivo e rigoroso no serviço público”, ressaltou.

O delegado – geral ainda destacou o prejuízo para a sociedade e frisou que as pessoas que foram beneficiadas, de forma irregular, já foram identificadas e devem responder por isso perante a Justiça.