Gêmeas Valentina e Eloá recebem alta

Valentina e Eloá eram unidas pela bacia e receberam alta 51 dias após cirurgia de êxito no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Foto: Hegon Corrêa)

As gêmeas Valentina e Eloá Prado dos Santos receberam alta hospitalar na tarde desta sexta-feira (03/03), 51 dias após a cirurgia de separação. As irmãs siamesas eram unidas pela bacia e passaram pelo procedimento em 11 de janeiro, no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia. A unidade do Governo de Goiás é referência em média e alta complexidade.

“É uma emoção muito grande voltar para casa. Vida nova, casa nova, tudo novo”, resumiu a mãe das crianças, Waldirene Carmelita do Prado, ao deixar o Hecad.

Gêmeas Valentina e Eloá

As gêmeas têm três anos e nasceram em Guararema (SP). A família se mudou para Morrinhos, no interior de Goiás, meses depois do nascimento, para facilitar a logística de consultas e exames visando à cirurgia em Goiânia.

O caso foi classificado como isquiópago, um dos mais complexos da cirurgia pediátrica, e é acompanhado pela equipe do médico especialista Zacharias Calil.

Quando fala em alívio, a mãe de Valentina e Eloá, Waldirene Carmelita do Prado, lembra que as filhas passaram por uma avaliação negativa em outro hospital.

“Falaram para escolhermos uma das duas. Não tem cabimento isso, falar para uma mãe ou pai para escolher. Hoje, vendo as duas com saúde, é um exemplo que tem de acreditar e ter fé”, afirmou a mãe ao agradecer a assistência recebida no Hecad.

O pai das meninas, Fernando de Oliveira, mencionou a força das filhas Valentina e Eloá. Após passarem pelo procedimento, elas enfrentaram um longo período de recuperação, com vários dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e até intubação.

“Uma cirurgia de separação não é fácil. A recuperação depende delas, e hoje estão 100%”, salientou. “Tivemos toda a atenção da equipe médica. Estamos agradecidos, de coração”, continuou o pai.

Gêmeas Valentina e Eloá deixam o Hecad na companhia dos pais (Foto: Hegon Corrêa)

Cirurgia de separação

A diretora-geral do Hecad, Mônica Ribeiro Costa, atribuiu o sucesso da separação das siamesas às qualidades da equipe médica e do hospital.

“Foi uma participação numerosa [de pessoas e equipamentos]. A estrutura hospitalar tem uma colaboração importante, porque dá segurança para a equipe e para a família”, refletiu. “O Hecad é um hospital do SUS, e nos deixa orgulhosos de contribuir com a pediatria goiana”, completou a diretora.

O médico Zacharias Calil definiu a alta das irmãs como uma vitória da medicina goiana, que se firma como referência especialmente devido ao quadro delicado das crianças, que foi superado com êxito.

“Se tem tecnologia e estrutura, tem de fazer a cirurgia. Tive um apoio gigante. Foram oito meses de preparação. Tudo que eu pedia ficava pronto na hora. É uma coisa que o Governo de Goiás acredita e vai beneficiar outros pacientes”, reconheceu o cirurgião pediátrico ao lembrar que todo o processo envolveu mais de 200 profissionais.

Médico Zacharias Calil definiu a alta das irmãs como uma vitória da medicina goiana (Foto: Hegon Corrêa)

Apesar da alta hospitalar, Valentina e Eloá seguem com atendimento especializado. Nas próximas semanas, retornarão ao Hecad periodicamente para refazer curativos e passar por avaliação médica.

Cada vez mais distante do ambiente hospitalar, os planos da família, agora, envolvem uma “vida normal”, como comprar roupas, ter uma rotina estudantil e aqueles momentos para brincadeiras, como toda criança gosta.

“Nosso sonho é colocá-las na escolinha. Faremos de tudo para estarem bem, e fortalecer as perninhas”, planejou a mãe sobre a recuperação das gêmeas.