Polícia Técnico-Científica divulga perícia em ponto de ônibus

Perícia foi divulgada nesta quarta-feira (22), em coletiva de imprensa no auditório da Secretaria da Segurança Pública, após trabalho integrado entre as polícias Técnico-Científica e a Civil (Foto: Siqueira/SSP-GO)

As forças de Segurança Pública de Goiás atuaram na divulgação da perícia do caso do ponto de ônibus que caiu e matou o ajudante de pedreiro Wellington Oliveira, de 27 anos, em Aparecida de Goiânia. O laudo pericial foi divulgado nesta quarta-feira (22), em coletiva de imprensa, no auditório da Secretaria da Segurança Pública (SSP-GO), após trabalho integrado da Polícia Técnico-Científica de Goiás (SPTC-GO) e a Polícia Civil de Goiás (PCGO).

No dia do fato, testemunhas disseram que o jovem iria tomar café com colegas quando foi atingido pela estrutura. Um vídeo registrado por câmeras de segurança mostrou o momento exato do acidente, que aconteceu no dia 8 de março deste ano.

Laudo da perícia

O laudo apontou que Wellington se apoiou na estrutura, mas, que ela caiu em cima dele por já apresentar um comprometimento.

“Quando o indivíduo se apoiou sobre ela com uma força extra, ela não resistiu e tombou sobre ele levando-o ao óbito. Obtivemos informações, que em 2021, a estrutura do pilar principal já estava comprometida”, revelou o perito Celso Faria.

O profissional forense detalhou sobre o comprometimento prévio da estrutura:

“Nos destroços do pilar tinham pedaços da estrutura interna que apresentavam marcas de sujeiras que indicam que ele estava exposto por tantos anos que acumulou sujeira. Quando ele (pilar) quebra, eu vejo que tem uma superfície irregular exposta a sujeira, que estava descamada. Porém, na parte interior ela estava limpa, ou seja, quebrou naquele dia”.

Imagens de vídeo

Para identificar o posicionamento de Wellington, a perícia utilizou-se das imagens de vídeo monitoramento, mas não foi possível verificar se ele ficou totalmente pendurado na estrutura ou apenas parcialmente pendurado.

“Percebemos que o posicionamento de Wellington em relação à laje indicava que as mãos dele estavam sobre a laje, e, que ele foi empurrado tanto contra o veículo que ele ocupava antes do desabamento quanto o chão. Isso em um primeiro momento sugere que, ou, ele se posicionou de tal forma que tentava fazer uma força contra o desabamento para segurar a estrutura, ou, que ele se encontrava pendurado ou pendurado parcialmente naquela estrutura”, ressaltou o segundo perito do caso, Agenor da Costa Neto.

Estrutura

“O que foi percebido, tanto no local quanto depois em conjunto com a engenharia forense, foi que a estrutura estava com pelo menos um dos pilares completamente comprometido e isso gerava nela um equilíbrio instável. Entendemos que para uma estrutura de concreto armado ela já representava risco a qualquer força externa. Era uma questão de tempo para que houvesse um desabamento espontâneo”, completou Agenor.

O delegado da Polícia Civil, Antônio André, responsável pelo inquérito do caso informou que as apurações seguem no sentido de elucidar a responsabilidade criminal do caso. “A investigação prossegue. É uma apuração complexa, estamos ouvindo várias pessoas, mas não ainda podemos chegar à conclusão sobre culpabilidade. O laudo nos aponta o que já havíamos apurado. Estamos ouvindo as autoridades e ao final das investigações chegaremos a resposta de quem é a responsabilidade, mas por enquanto não temos essa conclusão”, afirmou o delegado.