Hecad zera fila por cirurgias para correção de ‘lábio leporino’

Fernanda Oliveira segura o filho Denzel, de 2 anos, durante acompanhamento no Cerfis do Hecad: "Os procedimentos foram fundamentais para o desenvolvimento do meu filho" (Foto: Hecad)

O Centro de Reabilitação de Fissuras Labiopalatinas (Cerfis), unidade que integra a estrutura do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), zerou a fila por cirurgias que compõem o tratamento de reabilitação de pacientes com a malformação congênita popularmente conhecida como lábio leporino. A espera para a cirurgia durava, em média, um ano e sete meses. 

O supervisor do Cerfis, cirurgião bucomaxilofacial Leonardo Andrade, afirma que a condição é comum e atinge um em cada 650 bebês nascidos.

“Durante o desenvolvimento do feto, podem ocorrer erros de fusão, que deixam abertas fendas no lábio, no palato (céu da boca) ou em ambos”, explica. “É muito importante que o tratamento, de longa duração, seja realizado no tempo correto em cada uma das etapas, para que a criança consiga se alimentar, falar e crescer com saúde e autoestima”, destaca o cirurgião. 

Cirurgias

Além das cirurgias de fechamento do lábio e do palato, o tratamento envolve procedimentos cirúrgicos complementares como rinoplastias, alongamentos de comela, frenectomias, gengivoplastias, alveoloplastias com enxerto ósseo, entre outros. 

De fevereiro de 2022, quando o serviço foi transferido para o Hecad, e março de 2023, o Cerfis ultrapassou 5 mil atendimentos e 270 cirurgias realizadas. O serviço especializado é único no Estado e também realiza exames, consultas médicas, tratamento odontológico e acompanhamento multiprofissional com psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais. O centro fornece ainda cerca 30 aparelhos ortodônticos gratuitos por mês para os pacientes.

Tratamento

O Cerfis tem hoje mais de mil pacientes em tratamento. Um deles é Denzel Guimarães, de 2 anos, que nasceu com fissuras no lábio e no palato. Ele é atendido no Cerfis desde os 3 meses de vida.

“Nós passamos por momentos muito difíceis, porque ele não conseguia mamar, fazer o movimento de sucção”, conta a mãe, Fernanda Oliveira. “O Denzel já passou por duas cirurgias e os procedimentos foram fundamentais para o desenvolvimento do meu filho”, comemora.

O tratamento é 100% gratuito e cada reabilitação é desenhada para o perfil do paciente. 

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