Saúde equipa unidades para monitoramento da sífilis em Goiás

Doença pode ser transmitida verticalmente para o feto, durante a gestação de uma mulher com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada (Foto: Arte SES)

A Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis e Coordenação de Vigilância das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), entrega, nesta quinta-feira (13/4), às 14 horas, dez equipamentos de informática do Projeto Sífilis Não. Os equipamentos serão entregues aos municípios prioritários, que vão usar os kits na vigilância epidemiológica.

Os kits são compostos por um microcomputador, dois monitores de 23,8 polegadas e uma webcam para videoconferência. Os dez municípios contemplados serão Goianira, Itaberaí, Alexânia, Iporá, Morrinhos, Goianápolis, Niquelândia, Goiatuba, Santa Helena e Palmeiras de Goiás. Eles foram escolhidos por serem o que mais registram casos de sífilis em gestante e/ou congênita com população inferior a 50 mil habitantes (dados de 2021). 

A entrega dos equipamentos será no auditório do Conselho Estadual de Saúde (CES-GO), na Avenida República do Líbano, nº 1.875, 7º andar, no Setor Oeste, em Goiânia. Foram convidados prefeitos, secretários municipais de Saúde e representante do Núcleo de Vigilância dos municípios elegidos. 

Sífilis

A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, crônica, curável e exclusiva do ser humano. Trata-se de uma doença conhecida há séculos. O agente etiológico, descoberto em 1905, é o Treponema pallidum. Quando não tratada, progride ao longo dos anos, sendo classificada em sífilis recente (primária, secundária, latente recente) e tardia (latente tardia e terciária), evoluindo para estágios de gravidade variados, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo.

A transmissão da doença ocorre, principalmente, por contato sexual. Contudo, pode ser transmitida verticalmente para o feto, durante a gestação de uma mulher com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada (BRASIL, 2021).

Segundo dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de 2021, a sífilis adquirida apresentou uma taxa de detecção de 54,5 casos por 100 mil habitantes em 2020. A taxa de detecção da doença em gestantes foi de 21,6/1.000 nascidos vivos e a taxa de incidência de sífilis congênita, de 7,7/1.000 nascidos vivos. 

Em Goiás, no ano de 2021, foram notificados no Sinan 6.879 casos novos de sífilis adquirida (taxa de detecção de 95,5 casos/100.000 habitantes), 2.486 casos em gestantes (taxa de detecção de 27,4/1.000 nascidos vivos) e 529 casos congênitos (taxa de incidência de 5,8/1.000 nascidos vivos).

No período de 2017 a 2022, a taxa de incidência de sífilis congênita chegou a alcançar, no ano de 2019, 6,1 casos por 1.000 nascidos vivos, com queda nos anos de seguintes, atingindo 4,9 em 2020 e 5,8 casos por 1.000 nascidos vivos em 2021. Já a taxa de detecção de sífilis em gestantes alcançou 15,3 casos por 1.000 nascidos vivos em 2017 e aumentou para 27,4 por 1.000 nascidos vivos em 2021.

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