Hugol e Hugo realizam captações múltiplas de órgãos para transplantes
Duas unidades do governo estadual, em Goiânia, realizaram captações múltiplas de órgãos para transplantes, nesta quarta-feira (12/04). Após a constatação da morte cerebral de uma paciente de 66 anos, vítima de AVC, no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), a família autorizou a doação das córneas e rins. Os órgãos foram encaminhados a quatro pacientes de Goiás, que aguardavam em uma extensa fila.
No Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em mais uma megaoperação pela vida, a unidade fez a quinta captação de órgãos e tecidos do ano, após o sim da família de um jovem de 19 anos. Foram captados rins, fígado e córneas. A remoção do fígado foi conduzida por uma equipe médica do Distrito Federal. Já a captação dos rins foi realizada por médicos de Goiás e das córneas pela da Fundação Banco de Olhos de Goiás (Fubog). Cinco pessoas são beneficiadas com o procedimento realizado no Hugo.
Captações múltiplas
Segundo a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Hugol e supervisora Organização de Procura de Órgãos, Lucijane Martins Santos, além de salvar várias vidas, a cada autorização de doação, a fila diminui.
“Hoje só em Goiás apresentamos uma lista de espera com cerca de 1.700 pessoas aguardando por córneas, rins ou fígado. O direito de escolha quanto à doação cabe a família, e é através desse sim, que podemos fazer do nosso trabalho uma chance de salvar a vida de alguém”, diz Lucijane Martins.
O Hugol é um dos maiores captadores de órgãos e/ou tecidos de Goiás. Em 2022, as doações do hospital ajudaram 90 famílias de todo o Brasil e essas doações só foram possíveis graças à autorização de outras 26 famílias, que mesmo em um momento difícil, exerceram a caridade e o amor ao outro.
Hugo captação
A enfermeira Marina Fonseca, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doações de órgãos e Tecidos do Hugo, explica que o trabalho da Comissão é acompanhar o paciente com suspeita de morte encefálica e fiscalizar, com Organização Procura de órgãos (OPO) todo o processo do protocolo, para que seja realizado corretamente. Constada a morte encefálica do paciente, conversamos com a família sobre o direito deles, e a possibilidade da doação de órgãos.
De acordo com Marina, conscientizar sobre doação de órgãos e tecidos é uma ação que pode mudar a realidade de muitas pessoas que sofrem com a espera. “Mas é importante entenderem que a doação de órgãos é um assunto que deve ser falado no núcleo familiar. A conscientização começa quando a pessoa revela à família o desejo de ser doadora. O sim só pode acontecer se todos estiverem conscientes desse ato”, explicou.
A coordenadora destaca que o sim da família é crucial para salvar vidas. “Sem esse ato de amor ao próximo, não apenas o sim, mas em nos ouvir nesse momento tão difícil e sofrido, para falarmos de doação, não conseguiríamos ajudar as pessoas que esperam na fila de transplante. Sem a compreensão dos familiares esse ato de bondade e amor não seria possível”, finalizou.
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