Operação Déjà Vu prende 14 suspeitos de tráfico interestadual de drogas
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), deflagrou nesta terça-feira (27/04) a Operação Déjà Vu, que teve como alvo uma organização criminosa, envolvida com o tráfico interestadual de drogas. Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão em Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Entre os detidos está um homem, considerado um dos maiores traficantes de entorpecentes do país.
A Justiça determinou ainda, durante a ação, o sequestro de bens e valores dos investigados, no total de R$ 20 milhões. Segundo o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, as prisões representam uma verdadeira desarticulação da organização criminosa e reforçam o compromisso da atual gestão do Governo de Goiás, não apenas no combate ao tráfico de drogas, mas na diminuição constante da criminalidade no Estado.
“A política do nosso Governo, desde o início, foi não só apreender e tirar de circulação as drogas, mas também chegar à origem daquele carregamento. Lideranças, quem comprou, quem vendeu, quem vai distribuir. A gente está quebrando a operacionalidade, quebrando o braço financeiro e a partir daí diminuindo o tamanho desses grupos. Importantíssimo esse trabalho. Parabéns à Polícia Civil e à Denarc”, destacou.
Ao longo da apuração, quatro carregamentos do grupo foram apreendidos, totalizando 570 quilos de entorpecentes e um prejuízo estimado em R$ 23 milhões ao tráfico. “Temos que parabenizar a equipe, que no curso das investigações não só prepararam os elementos de prova pra esse momento, como também reprimiram o transporte, a disseminação de entorpecentes, que a quadrilha movimentava pelo país”, pontuou o delegado-geral da PCGO, Alexandre Pinto Lourenço.
Investigação
De acordo com o delegado Fábio Meireles, titular da especializada, a investigação, iniciada em janeiro de 2020, revelou um sofisticado esquema de transporte e distribuição de cocaína, pasta base de cocaína e skunk (supermaconha). “Essa organização criminosa tinha um núcleo específico de apoio logístico, que era responsável por mecânicos que faziam fundos falsos em veículos, onde eram armazenadas essas drogas durante o transporte. A droga vinha do Estado do Mato Grosso, era distribuída em outros estados e parte ficava aqui em Goiás”, disse.
Em uma das apreensões realizadas pela Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos no último ano, foram 200 quilos de pasta base de cocaína. Os ilícitos foram interceptados em outubro de 2020, em São Luís de Montes Belos, no momento em que era realizado o transporte por integrantes da quadrilha. Os entorpecentes estavam escondidos em compartimentos secretos de dois veículos, da mesma marca, cor e ano.
“É um exemplo da meticulosidade e expertise da organização, própria dos grandes atacadistas da cocaína. A mera apreensão da droga, apesar de causar um considerável prejuízo, não alterava em nada o esquema criminoso. No mês seguinte outro motorista era cooptado e a distribuição continuava. Agora, com essas 14 prisões, estamos certos de que toda a engrenagem foi atingida. As pessoas presas hoje estão do ápice à base da organização”.
Ainda segundo o delegado, um dos indivíduos detidos durante a ação já era alvo de outras investigações e é apontado como sendo um dos maiores traficantes do Brasil. “Ele foi preso no estado do Mato Grosso e era o responsável pelo fornecimento das drogas para os demais integrantes do grupo”, afirmou.
Durante a apuração, os policiais identificaram grande movimentação de valores pela quadrilha, com a aquisição de bens, como veículos e imóveis de luxo. Ao longo das diligências nesta terça-feira, foi apreendida uma arma de fogo, além de veículos utilizados pelo grupo, documentos relativos à contabilidade e diversos outros itens. Todos os materiais deverão agora passar por perícia, para a continuidade do trabalho investigativo.
Ao todo, 120 policiais civis participaram da Operação Déjà Vu. Em Goiás, participaram as equipes do CORE/GT3, DAFO, DERFRVA, DEIC, DRACO, 4 DRP, 10 DRP, DOA e GOI. Também deram apoio equipes do Mato Grosso (Delegacia de Repressão a Entorpecentes e Gerência de Operações Especiais da PCMT), do Distrito Federal (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da PCDF), do Rio Grande do Norte (Delegacia Regional de Polícia de Pau dos Ferros/ PCRN) e da Polícia Federal.
