TeNpo 2023 terá 12 espetáculos regionais

Conheça os grupos goianos que vão se apresentar na Mostra de Teatro Nacional de Porangatu e a temática destes trabalhos cênicos (Foto: Secult)

Nos dias 1º a 4 de junho, o 18º TeNpo– Mostra de Teatro Nacional de Porangatu-  festival de artes cênicas, programa 12 espetáculos regionais e dois nacionais, além de atividades formativas gratuitas. A Cia. Teatral Martim Cererê encenará o musical “Puro Brasileiro” em homenagem ao falecido dramaturgo Marcos Fayad

O TeNpo 2023 é realizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com a Secretaria da Retomada, com correalização da Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE), e conta ainda com a Prefeitura de Porangatu, Goiás Social e Academia Esparta como parceiras.

Durante a Mostra de Teatro Nacional de Porangatu, a Cia. Teatral Martim Cererê se apresentará pela primeira vez sem a presença do diretor e dramaturgo Marcos Fayad, falecido em 2019. “Puro Brasileiro” é um musical sobre o humor do caipira brasileiro, estruturado a partir de 19 cançõesdo repertório sertanejo raiz, muito populares, compostas entre 1920 e 1970.

Executada ao vivo pelos músicos que integram o elenco (Ney Couteiro e Everton Lored), a trilha sonora é base para o desenvolvimento da narrativa e dos diálogos entre atrizes e atores em cena: Adriana Veloso, Dionísio Bombinha, Débora di Sá,Liz Eliodoraz, Mozar Ornelas e Tião Sodré.

Regionalismo

A cultura regional perpassa a trama de “Plural”, da Cia de Teatro Nu Escuro, a partir de memórias da menina que brinca com uma boneca de milho no terreiro, enquanto sua avó cozinha no fogão de lenha.

O espetáculo, que tem como linguagem principal o teatro do objeto, compartilha com o público um baú de recordações originadas de relatos sobre as mulheres que migram do meio rural para o urbano com a promessa de melhoria de vida.

O teatro de sombras está representado no TeNpo em “À sombra de Dom Quixote”, encenado pelo Coletivo Miasombra. Livremente inspirado na obra secular de Miguel de Cervantes, o espetáculo narra o encontro de personagens poéticos com Dom Quixote em um cenário ilusório, uma fabulação contemporânea análoga à realidade fantástica de inúmero “cavaleiros de tristes figuras” que encontramos cotidianamente.

O público do TeNpo vai conhecer o trabalho do GrupoArar’arte, de Rio Verde, que também revisita um clássico: “À espera de Godot”, considerado um dos principais textos do teatro do absurdo e a principal obra do escritor e dramaturgo irlandês Samuel Beckett. Enquanto os mendigos Vladimir e Estragon esperam por Godot ─ sem sequer saberem quemele é ─surgem diálogos repletos de reflexões existenciais e questionamentos que permanecem bem atuais, embora a peça tenha sido escrita em 1949 (sendo encenada pela primeira vez em 1953, em Paris).

Sóciocultural

“Por cima do mar eu vim”, do Núcleo Coletivo 22, narra a travessia de africanos escravizados a caminho do Brasil e sua permanência no país. A Kalunga Grande, como metáfora de mar, é utilizada como elo de ligação entre Brasil e a África bantu.

Enquanto o lado africano conta a história da rainha NzingaMbandi, que no século XVII reinou nos territórios que hoje pertencem a Angola, o lado brasileiro é representado pelas figuras arquetípicas do imaginário e da realidade da cultura afro-brasileira. O espetáculo é dirigido pela professora da UFG Renata Lima para o grupo que surgiu como projeto de extensão e pesquisa da Faculdade de Educação Física e Dança.

Algumas das principais questões sociaisculturais e políticas da contemporaneidade estão presentes em “No fundo do poço”, peça dramática que marca a passagem do Grupo de Teatro Arte & Fatos pela décima edição do TeNpo. Escrito pelo dramaturgo e diretor Danilo Alencar há 12 anos, este espetáculo indicado para público maior de 16 anos aborda de maneira sutil temas como o assédio sexual, o suicídio, a pobreza, com performance de Danila Melo, NorvalBerbari e TarcisioPeris.

Crianças

O Coletivo Tônus apresenta no TeNpo a peça “O mundo de Clarice”, que narra uma aventura aquática presente nos sonhos de uma menina muito criativa. Nessa jornada, ela receberá umamissão e navegará pelas águas de um universo fantástico onde tudo é possível. Com direção de Eliana Santos, o enredo é divertido ese entrelaça com reflexões sobre os valores da amizade, imaginação na primeira infância e respeito ao meio ambiente.

Também dedicado ao público infantil, o espetáculo “Chapeuzinho Vermelho” está programado para a mostra, em uma versão montada pelo Grupo Teatral Kuase Normais, de Porangatu. A narrativa que envolve a menina, o lobo mau e a vovó ganha contornos divertidos e interativos, sob a direção de Lucas Fernando. Com músicas e coreografias que envolvem o público, este clássico da literatura infantil mundial é contado de maneira lúdica e educativa, com abordagens sobre segurança e cuidados ao interagir com pessoas desconhecidas.

Circo

Um dia qualquer, oGrande Circo Malabariante, chega à cidade, por engano. Envolvidos em uma terrível situação, os dois artistas que compõem a trupe (Rocilda e Camilim) terão que unir suas forças para conseguir realizar o espetáculo ali mesmo. Assim é “Circo Malabariante”, espetáculo da Cia Malabariante, que busca envolvimento com o público de maneira afetiva.

Durante o festival, o Circo Lahetôleva o espetáculo “Circo, Magia e Estripulias” para três bairros de Porangatu (Setor Bela Vista, Setor Sol Nascente e Setor Raizama) e para a Praça da Igreja Nossa Senhora da Piedade, no Centro Histórico da cidade. A direção é de Maneco Maracá com elenco jovem formado por palhaços, malabaristas, pernas-de-pau, mágicos, trapezista, equilibrista, entre outros especialistas nas técnicas circenses, do clássico ao contemporâneo.

Já o Circo Limpando o Olho, de Uruaçu, espera o público para o espetáculo “BaluArte Circo Show”, na tenda circense que estará instalada no Setor Solar Flamboyant. Um misto de artes circenses e dança contemporânea no picadeiro revela possibilidades do circo contemporâneo e desafia as leis da gravidade, espaços e dimensões, a fim de instigar a imaginação humana.

Dança

Ainda entre os espetáculos regionais programados para o TeNpo, destaque para o mais recente trabalho da Giro8 Cia de Dança, “Começaria Tudo Outra Vez”. Uma coreografia de Joisy Amorim que traz à cena o Amor, a partir de reflexões filosóficas, passando pelo conhecimento perpetuado por Sócrates, Platão, Aristóteles até a as mais recorrentes discussões do nosso tempo. Inspirado em canções e poemas interpretados pela cantora Maria Bethânia, o espetáculo comenta nuances do amorgrego: Eros, Philia e Ágape.

Coletivo Tônus(Goiânia)

TeNpo

Criado em 2001, o TeNpo abriu espaço para as produções regionais e nacionais levando ao Centro-Oeste um painel das artes cênicas. O evento se constitui numa troca de experiência e uma forma de valorizar e estimular a criação teatral, especialmente com o envolvimento do município que tem participação ativa na mostra.

O festival, que foi extinto em 2018, foi retomado após a pandemia, em 2022, e é responsável por movimentar a cultura goiana, o turismo e a economia local, além de criar oportunidade de popularizar as artes dramáticas.

A programação completa do 18º TeNpo será divulgada pela Secult e pela UFG ainda esta semana.

Confira quais são os espetáculos e grupos regionais programados para o TeNpo 2023:

À espera de Godot─GrupoArar’arte (Rio Verde)

À sombra de dom quixote─Coletivo Miasombra (Goiânia)

BaluArte Circo Show ─ Circo Limpando o Olho (Uruaçu)

Chapeuzinho Vermelho ─Grupo Teatral Kuase Normais (Porangatu)

Circo, Magia e Estripulias─ Circo Lahetô(Goiânia)

Circo Malabariante─CiaMalabariante(Goiânia)

Começariatudo outravez ─Giro8CompanhiadeDança(Goiânia)

Nofundodopoço─Grupode TeatroArte& Fatos(Goiânia)

Plural ─ Ciade TeatroNu Escuro(Goiânia)

Por cima do mar eu vim ─NúcleoColetivo22(Goiânia)

Purobrasileiro─CiaTeatralMartimCererê(Goiânia)

O mundo de Clarice ─ Coletivo Tônus(Goiânia)