Produção de trigo deve posicionar Goiás como 6º maior produtor nacional

A área plantada de trigo em Goiás deve chegar a 61 mil hectares, o que representa um aumento de 164% em relação à safra 2019/2020. (Foto: Wenderson Araujo/Sistema CNA)

A produção de trigo em Goiás está em pleno crescimento. A expectativa é de que o Estado colha 175,2 mil toneladas na safra 2020/2021, o que representa aumento de 89,6% em relação à safra anterior. Os dados são destaques na edição de maio do boletim Agro em Dados, produzido pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), órgão do Governo de Goiás.

A área plantada deve chegar a 61 mil hectares, o que representa um aumento de 164% em relação à safra 2019/2020, com produtividade média estimada em 2,9 toneladas por hectare. Conforme aponta o boletim, o plantio do cereal tem se mostrado uma opção segura para a segunda safra, com cultivares bem adaptadas ao Cerrado, o que resulta em um grão de excelente qualidade para a fabricação de farinhas.

Cristalina aparece em primeiro lugar entre os municípios que mais produzem o cereal no Estado, seguida por Luziânia (2º lugar) e Catalão (3º). A estimativa do Valor Bruto de Produção (VBP) do trigo, em Goiás, neste ano, é de R$ 171,2 milhões, o que representa aumento de 41,5% em relação a 2020. Em Goiás, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o preço médio da saca de 60 quilos, em março, foi de R$ 96.

Goiás não exporta trigo em grãos, desde 2018, mas tem mercado para a farinha de trigo produzida no Estado, produto com valor agregado, tendo a Venezuela como principal destino. De janeiro a março (acumulado do ano), o Estado exportou 300,6 toneladas de farinho de trigo, o que equivale a 169,6 mil dólares. Por outro lado, no mesmo período, importou 2,6 mil toneladas (839,9 mil dólares).

Na avaliação do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça, Goiás vem desenvolvendo, ao longo dos anos, a potencialidade do cultivo do trigo, com boas expectativas para o futuro. “Temos um aumento da área plantada aliado ao desenvolvimento de cultivares adaptadas ao nosso solo. Isso motivou os produtores a investirem na cultura e ao Estado em fortalecer a cadeia”, analisa. “Hoje, temos moinhos instalados no Estado, com a perspectiva de novas indústrias se instalando, o que contribui no aumento da demanda e, mais ainda, desenvolve um produto com valor agregado. Traz geração de empregos no agro e na indústria, além de fortalecer a economia do Estado e dos municípios”, completa.

Dados nacionais

A expectativa para a safra nacional de trigo de 2021 é de crescimento de 2,2% frente à temporada passada, com estimativa de colheita de 6,4 milhões de toneladas, segundo a Conab. Quanto ao consumo de trigo, segundo projeção da Companhia, a demanda doméstica nacional para 2021 é de quase 12 milhões de toneladas.

Em relação às vendas externas de trigo, mesmo o Brasil não sendo autossuficiente na produção, a demanda internacional e os preços têm motivado as exportações que, no primeiro trimestre de 2021, embarcaram quase o dobro do volume registrado em 2020.

A comercialização com outros países totalizou 567,8 mil toneladas e contabilizou receita de US$ 122,6 milhões no primeiro trimestre deste ano. Do lado da importação, verificou-se recuo de 7,0% no volume de compras de trigo nos três primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2020. Foram 1,7 milhão de toneladas do cereal adquiridos principalmente da Argentina (87,2%), do Uruguai (5,8%) e do Paraguai (5,8%).

Outros dados

O Boletim Agro em Dados de maio também destaca informação sobre a produção goiana de soja e milho, além da criação de bovinos, suínos, aves e pecuária leiteira. Inclui, ainda, dados sobre o trabalho das jurisdicionadas da Seapa, Emater, Agrodefesa e Ceasa.

Acesse o boletim informativo Agro em Dados de maio