O Estado de Goiás possui aproximadamente 23,6 milhões de cabeças de gado, sendo o segundo maior rebanho bovino do País e atualmente detém participação de 15% nas exportações nacionais de carne bovina. Dessa maneira, Goiás tem contribuído de maneira significativa para a economia nacional e tem impulsionado as exportações.
Além do destaque em produção de proteínas de origem animal, o setor é a engrenagem principal para geração de empregos. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nos últimos 12 meses foram criados 1.915 empregos na produção pecuária e 1.701 em atividades de apoio à agricultura e a pecuária.
Considerando a força da produção de alimentos na geração de renda, progressivamente o estado tem se preocupado em manter a seguridade dos alimentos produzidos, pois, a partir disso, as chances serão maiores em acessar mercados mais estruturados.
Nesse contexto, salientam-se medidas de vigilância e controle contra a febre aftosa, pois é a principal barreira sanitária imposta pelos países importadores de carne bovina. A febre aftosa é altamente infecciosa e contagiosa, causada pelo vírus do gênero Aphtovirus.
Em virtude disso, cada vez mais os órgãos de defesa sanitária em conjunto com instituições de assistência técnica e extensão rural tem contribuído para levar informações aos produtores sobre a importância de manter o gado imunizado de acordo com as exigências sanitárias.
A Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) tem assistido produtores rurais, por meio de dias de campo, visitas técnicas e capacitando o produtor sobre boas práticas de vacinação. Os extensionistas da Emater, devido sua grande capilaridade no Estado de Goiás, são os principais veículos de difusão de tecnologias e conhecimento. Em relação a agricultura familiar, na grande maioria o extensionista é o apoio principal para essas propriedades. Dessa maneira, a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) pública tem se afirmado como indispensável para garantir rebanhos saudáveis.
Em 2022, para garantir a imunização do rebanho houve a necessidade de inverter as etapas de vacinação, devido ao déficit de 37,6 milhões de doses de vacina contra febre aftosa. Em consequência disso, o Departamento de Saúde Animal (DAS) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apoio do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), definiram que a estratégia ideal para garantir a imunização do rebanho contra febre aftosa é a inversão das estratégias de vacinação nas unidades federativas que compõem o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (Goiás, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo e Tocantins).
As inversões das etapas de vacinação serão da seguinte maneira, a 1º etapa no mês de maio será destinada aos bovinos e bubalinos até 24 meses e a 2º etapa a se realizar no mês de novembro, disponibilizada para animais de todas as idades. Com o objetivo de facilitar o manejo dos animais durante o período de vacinação e, afim de mitigar transtornos aos produtores rurais foi determinado que em 2022 a vacinação anti-rábica dos herbívoros na primeira etapa, no mês de maio serão vacinados animais de até 12 meses, enquanto na segunda etapa, em novembro, serão vacinados os animais de todas as idades.
Assim, é esperado que, com a união de forças das instituições fiscalizadorase Ater pública, consigamos manter os produtores antenados sobre a mudança da estratégia de vacinação contra a febre aftosa. Com esse plano, temos expectativa que o produtor rural não encontrará dificuldades ao buscar imunizar seu rebanho.