Reabilitação do Ceap-Sol transforma vida de paciente

Encaminhado para o Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol) – unidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes, e referência em cuidado prolongado – o analista de custos Marcos Silva, de 35 anos, teve sua vida transformada por meio de um trabalho multiprofissional de reabilitação, acolhimento e esforço pessoal.
Em 2024, Marcos começou a apresentar episódios de desmaio. Após uma série de exames, foi encaminhado com urgência à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de outro hospital, onde permaneceu por 52 dias.
O diagnóstico foi neurotoxoplasmose, uma infecção que afetou o sistema nervoso central. O quadro evoluiu com perda dos movimentos do lado direito do corpo, necessidade de intubação, traqueostomia e alimentação por sonda.
Quando chegou ao Ceap-Sol, Marcos estava acamado, sem controle de tronco, com limitações cognitivas e completamente dependente de cuidados.
Segundo a fisioterapeuta Katiuscia Silva Gomes, a reabilitação começou ainda durante a internação. Após receber alta médica, ele passou a ser atendido no ambulatório do Ceap-Sol, já com algum controle motor e utilizando andador. As sessões ocorriam duas vezes por semana, com foco na recuperação da autonomia funcional.
“Trabalhamos o fortalecimento muscular, o equilíbrio e a coordenação motora. Hoje, Marcos é totalmente independente e apto a retomar suas atividades de vida diária”, afirma a profissional.
A evolução também foi acompanhada pela fonoaudióloga Déborah Duarte. Após 34 dias de intubação, Marcos apresentava voz soprosa e dificuldades para deglutir líquidos. Ele também enfrentava limitações cognitivas, como dificuldades para ler e escrever.
“Com muito empenho, conseguimos recuperar a voz, a intensidade vocal, a deglutição e até mesmo as habilidades cognitivas”, explica Déborah.
Para a supervisora de reabilitação do Ceap-Sol, Cristina Brandão, o caso de Marcos é um exemplo claro da importância do início rápido da reabilitação e da capacidade do cérebro de se reorganizar, processo conhecido como neuroplasticidade.
“Se ele não tivesse iniciado o tratamento logo após a alta, provavelmente teria sequelas permanentes”.
Hoje, Marcos caminha sozinho, frequenta academia e está pronto para voltar ao mercado de trabalho. Com bom humor, resume sua rotina de cuidados.
“Tomar o remédio certinho virou parte do meu dia. Para mim, é como tratar pressão alta ou diabetes”.
Sua trajetória é um retrato do impacto que o cuidado integral e o comprometimento de profissionais especializados podem ter na vida de quem enfrenta um quadro de saúde tão desafiador.
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