Sistema Produtor Meia Ponte completa 35 anos

“Foram muitas melhorias e evoluções no sistema, que cresceu acompanhando o surgimento de novos bairros na capital" explica o engenheiro civil Eduardo Joaquim, que teve importante atuação na implantação do Sistema Produtor Meia Ponte (Foto: Saneago)

A Saneago comemora neste mês de agosto, os 35 anos de implantação do Sistema Produtor Meia Ponte, um dos mais importantes sistemas de abastecimento de água da Região Metropolitana. O novo sistema veio complementar os já existentes, para conseguir acompanhar o intenso crescimento populacional e econômico de Goiânia.

As obras levaram cerca de cinco anos para serem concluídas, em agosto de 1988, quando entraram em operação a captação de água Bruta no Rio Meia Ponte e a Estação de Tratamento de Água Engenheiro Rodolfo José da Costa e Silva, mais conhecida como ETA Meia Ponte.

Elas foram planejadas pela Comissão Técnica de Goiânia (CTG), então presidida pelo engenheiro José Ubaldo Teles, que foi responsável técnico por todos os projetos do sistema. Já a execução ficou a cargo da Comissão de Obras Especiais (COE), cujo coordenador na época era o engenheiro José Arimatéia Santiago, que mais tarde seria presidente da Companhia. 

A região Noroeste da capital foi a primeira a ser abastecida pelo novo Sistema, que ia avançando com a construção de novos reservatórios e redes de distribuição, como explicou o engenheiro civil Eduardo Joaquim, que teve importante atuação na implantação do Sistema Meia Ponte.

Hoje, o Sistema abastece as regiões Norte, Noroeste, Oeste e Sudoeste de Goiânia. “Foram muitas melhorias e evoluções no sistema, que cresceu acompanhando o surgimento de novos bairros na capital”, disse Eduardo. 

O atual diretor de Produção da Saneago, Marco Túlio de Moura Faria, ressaltou que essa evolução do sistema passou pela flexibilização das áreas de influência, reforços e ampliações, automação, substituição de equipamentos, eficiência energética, combate a perdas, preservação de nascentes, bem como a participação da Saneago nos fóruns como o Comitê da Bacia Hidrográfica Meia Ponte, para contribuir com uma gestão de recursos hídricos equilibrada na bacia.

Sistemas da época

Antes da implantação do Sistema Meia Ponte, havia em Goiânia o Sistema Produtor João Leite, que captava a água bruta no Ribeirão, próximo à Estação de Tratamento de Água Jaime Câmara, no Setor Negrão de Lima.

“Havia também pequenos sistemas, como os do Campus Samambaia, Conjunto Vera Cruz e Conjunto Novo Horizonte, além de vários poços espalhados em alguns conjuntos habitacionais na região Norte da capital”, lembrou o engenheiro Laerte Cabral, que participou, na época, como estagiário na construção do Sistema e que, futuramente, se tornou diretor de Produção da Saneago. 

Na ocasião, já havia um grande estudo de viabilidade, que analisava as opções de mananciais para expansão do abastecimento de água de Goiânia. A alternativa apontava para a construção da Barragem do Ribeirão João Leite. Entretanto, era uma opção considerada muito cara e demorada para a época.

Dessa forma, o então governador Iris Rezende Machado e o corpo técnico e diretivo da Saneago optaram pelo Sistema Meia Ponte. “A decisão adotada à época foi muito acertada e é de suma importância até os dias atuais, bem como será no futuro”, avaliou o diretor de Produção, Marco Túlio de Moura.

“O Sistema Meia Ponte permanece na matriz dos sistemas produtores que abastecem a Região Metropolitana de Goiânia, como foi consolidado dos Estudos Hidrológicos recentemente realizados pela Saneago (2021-2022)”.

Sistemas de hoje 

Atualmente, são três sistemas produtores responsáveis pelo abastecimento na Capital, que utilizam dois mananciais: Meia Ponte (captação superficial) e Mauro Borges/João Leite (água represada).

O Sistema Meia Ponte é constituído pela Captação Meia Ponte e pela Estação de Tratamento de Água (ETA) Meia Ponte, cuja capacidade de tratamento é de 2.000 L/s.

Já o Sistema Mauro Borges/João Leite engloba a Barragem João Leite, a ETA Mauro Borges e a ETA Jaime Câmara – que têm capacidade de tratamento de 4.000 L/s e 2.000 L/s, respectivamente.

Em média, 64% da capital é abastecida com água proveniente do Ribeirão João Leite, enquanto 36% tem origem no Rio Meia Ponte.

Os sistemas estão hoje interligados por meio de uma adutora que reforça o Sistema Meia Ponte com até 800 L/s. Assim, é possível utilizar água do Reservatório João Leite para abastecer também bairros atendidos pelo Meia Ponte. 

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