HGG é o único hospital público a realizar angioplastia pulmonar por balão em Goiás

Agora realizada no HGG, angioplastia pulmonar é feita por cateterismo cardíaco, em pacientes com hipertensão pulmonar tromboembólica (Fotos: Idtech)

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) é o único hospital público em Goiás a oferecer angioplastia pulmonar por balão. O procedimento é feito por meio de cateterismo cardíaco, em pacientes com hipertensão pulmonar tromboembólica causada por coágulos de sangue, que provocam a obstrução de parte dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação do sangue nos pulmões e causando falta de ar.

Ainda são poucos os hospitais de referência em tratamento de hipertensão pulmonar no país que realizam o procedimento. Até então, somente Minas Gerais, Bahia e São Paulo ofereciam o serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A habilitação dos profissionais do Serviço de Hemodinâmica Intervencionista do HGG ocorreu após capacitação em tratamento multimodal de Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica (HPTEC), ministrada pelo cardiologista intervencionista Fábio Solano, do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O profissional é considerado referência nacional no procedimento. A ação, voltada para médicos e residentes, contou com aula teórica, apresentação de conceitos e demonstrações práticas de técnicas para esse tipo de cirurgia.

“É uma opção de tratamento para pacientes que anteriormente não tinham opção e ficavam só com tratamento medicamentoso. O procedimento que nós trabalhamos abre portas para um tratamento alternativo. Significa uma melhora clínica e de qualidade de vida, o que estes pacientes hoje não têm”, explicou Fábio Solano.

Durante o treinamento, o instrutor realizou duas cirurgias que exemplificaram o funcionamento da angioplastia pulmonar por balão. Os procedimentos foram acompanhados por médicos do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), que conta com ambulatório para manejo de pacientes com hipertensão pulmonar.

Mauro Sobral, de 63 anos, foi um dos pacientes escolhidos para o procedimento. Ele chegou a ir para São Paulo para realizar o tratamento, mas, por não ter familiares ou amigos na cidade, precisou interrompê-lo. Natural de Mineiros, no Sudeste goiano, Mauro espera poder voltar à rotina normal.

“Estive em vários hospitais e, desde 2015, estou nesta luta. Esse meu problema no pulmão me faz cansar muito rápido. Sinto que às vezes falta oxigenação no cérebro, o que tem afetado minha memória. Se Deus quiser, estou perto de voltar a ter uma vida normal de novo”, concluiu.

O cardiologista e hemodinamicista do HGG, Robson de Carvalho, que atuou ao lado de Fábio Solano nas duas cirurgias, afirmou que há um esforço do SUS para a ampliação da oferta da angioplastia pulmonar por balão.

Segundo ele, pacientes que precisam desse tipo de procedimento têm alta taxa de mortalidade e baixa qualidade de vida. “O que estamos fazendo aqui é um esforço, tanto do HGG quanto do Hospital das Clínicas, para que a gente possa ofertar esse tipo de procedimento para o maior número de pessoas”, finalizou.

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