Estilista formada na Inglaterra capacita detentas da Unidade Prisional de Luziânia

Detentas aprendem técnicas de crochê aplicadas à alta costura (Foto: DGAP)

As detentas que integram o projeto de ressocialização Tecendo um Novo Futuro, da Unidade Prisional Regional Feminina (UPRFEM) de Luziânia, participam de curso com a estilista Ana Andrade, formada pela Central Saint Martins – University of the Arts London, na Inglaterra. A profissional está em Luziânia para capacitar as presas em diversas atividades ligadas ao artesanato e à criação de peças.

A designer de moda soube do projeto desenvolvido pela UPRFEM de Luziânia por meio da Associação de Artesãos de Novo Gama, que ela conheceu em sua última visita a Goiás. A associação já desenvolvia projetos de artesanato com as custodiadas na criação de bolsas e roupas a partir de folhas.

Para Andréia Figueiredo, diretora da UPRFEM de Luziânia, que pertence à 3ª Coordenação Regional Prisional (CRP) da Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o trabalho desenvolvido com as presas contribui significativamente para o crescimento pessoal e profissional delas. “Ajuda na capacitação e profissionalização, resgata a autoestima, além de impactar positivamente na disciplina e harmonia dentro da unidade”, defende.

Dez reeducandas participam das aulas ministradas por Ana, que estão focadas em técnicas de crochê e junção com alta costura. Ao falar sobre o grupo de artesanato, Ana Andrade diz que se surpreendeu positivamente. “Tem sido tudo que eu esperava e muito mais. Elas são mulheres muito competentes e esforçadas, se envolveram e se entregaram ao projeto. É uma troca muito boa. Elas são muito receptivas às minhas ideias e propostas de criação”.

Sobre a designer

Ana Andrade é de São Paulo e atualmente mora em Londres, onde cursou designer de moda com malharia, na Central Saint Martins – University of the Arts London. Atuou muitos anos na área de designer, prestando serviço para outras empresas, como a Burberry. Depois recebeu um visto de empreendedorismo, através de um convênio da universidade com o governo britânico, para tocar um projeto autoral que chama Veredas. As peças desenvolvidas pelas custodiadas de Luziânia fazem parte deste projeto.