Polícia cumpre 100 medidas judiciais por golpes digitais

Muitos dos envolvidos são egressos do sistema prisional, com histórico de atuação em outros crimes (Foto: PC)

A Polícia Civil de Goiás deflagrou nesta quarta-feira (22) a 2ª fase da Operação Rede Integrada. A ação tem como objetivo o cumprimento de 100 mandados judiciais de prisão temporária e de busca e apreensão — sendo 96 em Goiás, dois no Tocantins e dois no Distrito Federal —, além do bloqueio dos saldos em contas bancárias de todos os investigados.

Ação da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), foi por meio do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Gref), com apoio das Polícias Civis do Tocantins e do Distrito Federal

Golpes digitais

A investigação apura a atuação de uma associação criminosa especializada em diversos tipos de golpes, como o do novo número, do falso intermediário, do falso boleto, do perfil falso e o golpe do nude (sextorsão), além da lavagem de dinheiro das fraudes.

Os crimes são tipificados como estelionato qualificado, associação criminosa e lavagem de capitais (art. 171, § 2º-A, art. 288, caput, ambos do Código Penal, e art. 1º, caput, § 4º, da Lei 9.613/1998).

A investigação identificou integrantes em todos os níveis hierárquicos da organização, completando a chamada “cadeia do crime” — desde os responsáveis pela engenharia social que enganam as vítimas, passando pelos captadores e fornecedores de contas bancárias, até aqueles que efetivamente aplicavam os golpes.

Muitos dos envolvidos são egressos do sistema prisional, com histórico de atuação em outros crimes. Também foi constatado que diversos investigados evoluíram ao longo do tempo, passando de simples “conteiros” (pessoas que emprestam ou alugam contas bancárias) para funções de maior responsabilidade, como captadores de contas e operadores diretos dos golpes.

Com o aprofundamento das apurações, foram identificadas 157 ocorrências policiais registradas de 2021 a 2024, todas relacionadas aos 50 investigados, cujos crimes foram praticados em desfavor de vítimas residentes em vários estados do país. Além disso, os criminosos tinham à disposição mais de 1.100 contas bancárias utilizadas para movimentar os valores obtidos ilicitamente.

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Operação cumpre 100 medidas judiciais contra golpes digitais

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