HGG realiza cirurgia craniofacial inédita em Goiás

Cirurgia está prevista para iniciar às 8h do sábado e é considerada de alta complexidade, podendo levar até seis horas de duração (Foto: SES)

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi – HGG realiza neste sábado (10/05) uma cirurgia de remodelação de ossos cranianos, ou craniossinostose, uma anormalidade congênita que causa má formação no formato do crânio.

A paciente, uma jovem de 13 anos, será a primeira a realizar este procedimento em uma unidade da rede pública de Goiás. A cirurgia está prevista para iniciar às 8 horas e é considerada de alta complexidade, podendo levar até seis horas de duração.

O procedimento será realizado pela médica Vera Lucia Nocchi Cardim, especialista cirurgia plástica e cirurgia craniofacial. Com atuação em São Paulo, a profissional é autora de 30 capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior.

A profissional também é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro associado da International Society of Craniomaxilofacial Surgery e membro titular, fundadora e primeira presidente da Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial.

A médica explica que cirurgias de remodelação do crânio são mais comuns em bebês, por ainda estarem desenvolvendo seus ossos.

“Este que iremos realizar não é comum porque essa jovem já está no estágio final de desenvolvimento de seu corpo. Realizaremos osteotomias dinâmicas, técnicas cirúrgicas que visam corrigir desalinhamentos ósseos. Por conta da má formação, esta paciente possui os olhos desalinhados, o que pode trazer sérios riscos à visão”, disse.

Atualmente, este procedimento para esta faixa etária não é ofertado pelo SUS, justamente pela falta de profissionais capacitados para realizar a cirurgia em jovens. A paciente que será submetida ao procedimento é moradora da cidade de Goianésia.

A mãe da jovem, Roseane Silva afirma que foi um alívio conseguir operar sua filha em Goiás, pois não tinha condições de ir e se manter em São Paulo. Ela conta que sabia que poderia

“Quando a Drª Vera nos falou que a gente conseguiria fazer a cirurgia aqui em Goiânia, foi uma alegria imensa. Minha filha é muito resiliente, mas não quero que ela sofra mais discriminação. As pessoas pensam que é só estético, mas a gente pensa na autoestima que vai sendo afetada”, contou.

O procedimento será acompanhado pelo Serviço de Cirurgia Plástica do HGG. Chefe do Serviço, o médico Sérgio Augusto da Conceição afirma que a unidade aproveitará a presença da médica Vera Cardim para promover uma conferência sobre cirurgia craniofacial.

“Vamos transmitir a cirurgia ao vivo e faremos disso uma aula para os nossos residentes, para a equipe da Cirurgia Plástica do hospital e todos os profissionais interessados. É uma grande oportunidade de aprender com uma profissional referência em cirurgia craniofacial”, afirmou.

Por que ocorre a craniossinotose?

A craniossinostose é provocada pelo fechamento precoce de suturas cranianas, responsáveis pelo crescimento dos ossos do crânio. As causas são diversas, podendo ocorrer por força mecânica (ambiente uterino), distúrbios metabólicos e, na maioria das vezes, por alterações genéticas, o que não implica necessariamente ter alguém na família com a mesma característica.

Classificação

A maioria dos casos de craniossinostose se manifesta na forma isolada e, quando associada a outras características, pode representar síndromes genéticas, o que corresponde a 15% dos casos.

Existem quatro tipos principais de craniossinostoses na forma isolada, dependendo da sutura craniana afetada. São elas: escafocefalia, plagiocefalia anterior, trigonocefalia e braquicefalia.

Já a forma sindrômica é aquela em que a criança nasce com craniossinostose associada a outras características. As síndromes de Apert, Crouzon, Muenke, Pfeiffer e Saethre-Chotzen são os exemplos mais comuns de síndromes genéticas associadas à craniossinostose. Essa condição congênita, portanto, pode trazer diferentes tipos de comprometimentos aos indivíduos, conforme cada caso.

Serviço de Cirurgia Plástica do HGG

Destaque em cirurgias plásticas pelo SUS, o HGG é responsável por procedimentos em pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica, para remoção do excesso de pele e em pacientes do Serviço Transexualizador, para retirada das mamas para homens trans ou colocação de próteses mamárias para mulheres trans, vítimas de grandes traumas, portadores de xeroderma pigmentoso, portadores de Síndrome de Fournier e micro cirurgias.

Além disso, o Serviço de Cirurgia Plástica do HGG é reconhecido pelo papel social que desenvolve junto à comunidade. O hospital oferta, por exemplo, cirurgias plásticas para pessoas que sofreram violência doméstica.

Além de ofertar um serviço de qualidade aos usuários do SUS, o HGG também é destaque na Residência Médica em Cirurgia Plástica. Desde 2000, quando o hospital passou a ofertar esta residência, foram 32 médicos formados nesta especialidade. Atualmente, cinco médicos realizam a Residência em Cirurgia Plástica no HGG, dois deles concluem a especialização este ano.

Saiba mais

HGG realiza 1ª captação múltipla de órgãos de 2025

Governo entrega mais uma etapa de obras do Novo HGG